A família é um sinal do Triúno Deus no mundo.
Ela, quando saudável, é edificada tendo como fundamento o amor e a comunhão entre as pessoas.
Há três elementos numa família: pai, mãe e filho.
Um é diferente do outro, por isso, podemos dizer que existe uma diversidade de pessoas.
Mãe e pai vivem juntos a mesma realidade, repartem alegrias e tristezas, lutam juntos nos desafios da vida.
Esse amor, admiração, respeito e compartilhar levam homem e mulher, esposo e esposa, a se unirem e, assim, gerarem o filho.
O filho é fruto do amor, comunhão e reconhecimento mútuo que existe entre eles.
O filho evidencia a união e amor do pai e da mãe.
Por meio do filho, o homem e esposo se torna pai, e a mulher e esposa se torna mãe.
Agora, eles, pai e mãe, passam a se dedicar a uma nova realidade que vai além deles, a criança.
Aquela que é fruto do seu amor, torna-se agora também o foco e alvo desse amor.
Juntos, esvaziam-se de si para expressar e manifestar amor àquele que amam.
A criança cresce fazendo parte desse “jogo de amor e comunhão” na família.
Pai, mãe e filho são pessoas diferentes, entretanto, a família é uma só.
Assim como o Pai, o Filho e o Espírito são pessoas diferentes, mas, devido à profunda comunhão entre eles, existe apenas um Deus, pai, mãe e filho não se definem apenas na sua individualidade, mas a partir da comunhão e amor que existe entre eles e os leva a formar uma única família.
Afinal pai só é pai se houver o filho, mãe só é mãe se houver um filho, e filho só é filho porque procedeu do amor de um pai e uma mãe.
Assim como Jesus, o Filho, sempre afirmava, exaltava e se dispôs a servir ao Pai com alegria, e o Pai também se alegrava com o Filho, o servia e o exaltava, em uma família saudável, segundo a imagem da Santíssima Trindade, cada membro dela buscará, com alegria e dedicação, afirmar, exaltar, servir e acolher os outros que dela fazem parte.
Pai, mãe e filho são diferentes, mas, assim como na Trindade, ninguém é maior ou digno de glória ou honra superior à dos os outros que dela fazem parte.
Para que seja um sinal cada vez mais fiel da Trindade no mundo, a família deve buscar sua perfeição na comunhão e no amor verdadeiro, uns pelos outros: pai, mãe e filho.
O pecado distorce não somente a imagem de Deus nos seres humanos individualmente, mas também na família.
Famílias que não buscam viver o amor verdadeiro, debaixo do temor do Senhor com todo coração, entendimento, alma e força, acabam sofrendo as consequências de uma realidade desfigurada pelo pecado.
O sofrimento acaba atingindo tanto os indivíduos separadamente quanto a família como um todo.
Uma compreensão errônea dos relacionamentos na Trindade nos leva a distorções em nossos relacionamentos familiares e, consequentemente, o sofrimento sempre acaba atingindo alguns (ou todos).
Geralmente, alguém se torna o opressor e os outros, os oprimidos.
Não estamos nos referindo apenas a casos onde existem agressões físicas ou verbais intencionais, maldosas e explicitamente violentas.
Na grande maioria dos casos que isso ocorre nas famílias cristãs elas acontecem de forma velada, com boas intenções, mas sem o conhecimento verdadeiro sobre o amor, a comunhão e o sentido da família.
O papel de cada um é distorcido.
Alguém é diminuído para que outro seja exaltado, mesmo que aconteça sem a intenção do mal.
Podemos errar na família, mesmo tentando acertar e fazer o bem aos outros, quando distorcemos a Trindade em nossa fé.
Um cuidado que precisamos ter é o de não firmarmos nossos conceitos de família naquilo que o mundo crê, na forma que fomos criados por nossos pais ou na visão da cultura que nascemos e vivemos.
Isso tudo é muito forte em nós, repetimos sem nem mesmo perceber. É natural, mas errado, fazermos desta forma. Passamos a viver como se tais conceitos fossem verdades divinas.
Até mesmo ao ler a Bíblia fazemos de tal forma que os nossos valores e princípios prevaleçam e a leitura dela se sujeite e eles.
Pensemos um pouco mais na Trindade.
As três Pessoas estão eternamente indo umas em direção às outras para se unirem e, a partir da comunhão, gerarem atos de amor, comunicação e encontro.
Realizam-se entregando-se umas às outras.
Cada uma quer e vive para a outra, pela outra, com a outra e na outra.
Sente-se satisfeita consigo ao vivificar, exaltar e participar da vida das outras.
Todas sabem que são distintas umas das outras, mas a distinção não as afasta, pelo contrário, as une e as possibilita viver em comunhão plena, sempre juntas.
A distinção entre o Pai, Filho e Espírito não faz com que um se afirme em exclusão dos outros, mas que cada um se afirme afirmando os outros.
Nenhum é superior ou inferior, ninguém vem antes ou depois.
Se aplicarmos estas palavras acima, esse amor e comunhão da Trindade em nossos relacionamentos familiares, seremos grandemente transformados para o nosso bem, para o bem da nossa família e para a glória de Deus no mundo.
Sejamos humildes e aprendamos mais do nosso Deus.
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