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A oração: dom de Deus

A oração: dom de Deus

A oração é uma graça, um dom divino maravilhoso.

Os Reformadores tinham esta certerza: Deus ouve e responde nossas orações.

Calvino afirmou que obtemos o que pedimos pela oração e que ela está fundada sobre esta garantia.

Deus não é surdo, ele escuta. Mais que isto, ele age! Não chegaremos aos mesmos resultados se orarmos ou não orarmos. Há uma influência da oração sobre a ação, sobre a intenção do Criador. É este o significado da afirmação: Deus ouve as nossas orações.

Podemos duvidar da sinceridade da nossa oração e do valor do nosso pedido, mas em uma coisa não há dúvida: Deus nos acolhe e recebe amorosamente as nossas palavras quando oramos.

Nossas orações são fracas e pobres.

Entretanto, não importa que sejam fortes, mas sim que Deus as ouça.

Por meio de Jesus Cristo, a humanidade pode se achegar ao Criador.

É por meio do Salvador também que somos vistos pelo Pai.

Afinal, Jesus é o mediador entre homens e Deus.

Nele vemos o homem que se achega ao Deus e, também, o Deus que se achega a nós para acolher nossas orações e respondê-las segundo seu amor e sabedoria.

O principal teólogo presbiteriano, Calvino, diz que oramos pela boca de Jesus.

É ele que nos dá entrada, audiência e intercede por nós.

O fato de Deus ceder aos nossos pedidos, de mudar sua intenção e ouvir nossas orações não significa uma fraqueza ou que tenha uma falsa soberania.

É Deus que, em sua majestade, no esplendor de seu poder, quer que seja assim.

Quando em sua glória e onipotência o Criador decide, por amor, ceder a um clamor humano, sua grandeza não é diminuída, pelo contrário, é aí que podemos contemplá-la com mais clareza e, assim, o seu nome é engrandecido em nosso meio.

Não orar seria não se dar conta que estamos diante de Deus, seria desconhecer quem ele realmente é.

Seria desprezar o fato de que somos encontrados por ele em Jesus Cristo.

Ser cristão é ter uma vida de oração, é ousar falar pela boca do Redentor ao Pai, é saber que é acolhido e ouvido pelo Criador. Orar para o crente autêntico é como o respirar para qualquer criatura viva neste mundo.

Onde há a graça divina, o homem ora.

Quando somos consolados pela graça do Criador, começamos a orar, com ou sem palavras.

Entretanto, é importante ressaltar que a posição do homem que ora deve ser de humildade e não de soberba diante do Pai.

Orar é uma ação pela qual nos reconhecemos como pecadores e apelamos à graça divina.

Quando oramos, nossa condição humana nos é revelada e nossas angústias descobertas completamente.

Ao orarmos compreendemos um pouco melhor as nossas angústias, mas ao mesmo tempo descobrimos que o socorro não está distante de nós, pois vem daquele que nos ama e nos ouve atenciosamente.

A oração, entretanto, não pode ser uma tentativa de seduzirmos Deus, de darmos algo nosso a ele ou a nós mesmos.

Estamos sempre na posição de um homem que não pode fazer outra coisa além de receber, esperar na misericórdia, que precisa desesperadamente falar com Deus, pois ninguém mais poderá nos ouvir como ele.

Em oração o homem descobre que não tem nada em suas mãos e, por isso, deve contar somente com a graça divina.

A oração é também um ato de afeto e não de meras palavras repetitivas e vazias.

Deus quer a adesão dos nossos corações em cada palavra da oração. Orações realizadas apenas com os lábios são inúteis, pois saem de corações vazios que não experimentaram ainda a grandeza do amor e da graça divina que chegam a nós em Cristo.

Façamos da oração algo sempre presente em nossas vidas.

Não ignoremos este dom divino de nos aproximarmos do Pai pelo Filho.

O Espírito nos convoca a orarmos, mas somos nós que devemos ouvir e cumprir a sua vontade.

Texto baseado em escritos de Karl Barth.

PESCA

Tema: “A oração: dom de Deus”

Texto: Isaías 38

  1. No artigo lemos: “Não chegaremos aos mesmos resultados se orarmos ou não orarmos. Há uma influência da oração sobre a ação, sobre a intenção do Criador. É este o siginificado da afirmação: Deus ouve nossas orações”. Como podemos ver essa verdade no texto de Isaías?
  2. No artigo lemos: “Quando em sua glória e onipotência o Criador decide, por amor, ceder a um clamor humano, sua grandeza não é diminuída, pelo contrário, é aí que podemos contemplá-la com mais clareza e, assim, o seu nome é engrandecido em nosso meio.” O que isso quer dizer? Podemos ver isso no contexto bíblico que lemos?
  3. No artigo lemos: “Em oração o homem descobre que não tem nada em suas mãos e, por isso, deve contar somente com a graça divina.” O que significam essas palavras para nós hoje? Podemos perceber isso na oração de Ezequias?
  4. No artigo lemos: “Deus quer a adesão dos nossos corações em cada palavra da oração.” O que podemos aprender com Ezequias sobre isso no texto bíblico?