A verdade sobre o dízimo

A verdade sobre o dízimo

O dízimo é muito criticado, tanto por ímpios quanto por alguns crentes.

Quanto aos ímpios, nem nos cabe comentários, pois seria estranho concordarem com as prioridades do reino de Deus.

Já os crentes que o criticam, o problema está na falta de ensino bíblico sobre o tema ou a um ensino equivocado sobre ele.

Outras vezes, a crítica desses ao dízimo vem de uma fé que acreditam ter em Cristo quando, na verdade, ainda são do mundo.

Muito do que é dito nas igrejas hoje sobre o dízimo é falso, contrário à Bíblia.

Comecemos pelo Antigo Testamento.

Muitos dizem que no AT o dízimo era entregue pelos israelitas porque fazia parte da lei de Deus.

Sim, estão corretos quando afirmam que o dízimo fazia parte da lei divina, no entanto, quanto à compreensão da lei e da obediência a ela, estão errados.

Mesmo no AT, a lei não deveria ser obedecida de forma irracional, mas por amor ao Senhor que havia os libertado e assumido com eles o compromisso de ser o seu Deus, o seu cuidador, provedor e abençoador.

Antes de entregá-los os dez mandamentos, o Altíssimo revelou o que deveria movê-los em obediência, fazê-los seguirem a sua lei.

Ele os lembra do seu amor dizendo que havia os libertado da escravidão (Ex 20.1,2).

Após esta lembrança, ele os entrega os mandamentos, sua vontade revelada.

Ou seja, os mandamentos não deveriam ser algo pesado para Israel, uma imposição, mas fruto da gratidão e do amor que deveriam ter pelo “Eu sou” que havia os libertado.

O dízimo, como os outros mandamentos da lei divina, também não deveria ser uma imposição, mas uma resposta natural e espontânea de amor e gratidão ao Libertador.

Um verdadeiro israelita amaria Deus e buscaria ser fiel a ele em tudo, inclusive no dízimo.

Compreendendo essas verdades, o texto de Malaquias sobre o dízimo (Ml 3.6-12) pode ser compreendido corretamente.

O problema principal não era negligenciar a responsabilidade do dízimo, mas a falta de amor e fé que tinham em relação a Deus.

Essa atitude de desobediência era uma das consequências do afastamento deles do Senhor.

Eles já não viviam para agradar a Deus, para priorizar a obra divina no mundo.

É por essa razão que, antes de falar da infidelidade deles com os dízimos, Deus inicia os convidando para voltarem para ele (Ml 3.7).

Na verdade, a crítica mais profunda do texto de Malaquias não é a ausência do dízimo, mas terem se afastado do Senhor.

Seus corações estavam longe de Deus e, por isso, tornaram-se infiéis nos dízimos.

Se o povo passasse a amá-lo não apenas de boca, mas de fato, certamente o dízimo voltaria a ser uma prática comum, uma resposta de amor e gratidão ao Senhor.

Outro aspecto na compreensão correta de Malaquias é sobre as bênçãos provenientes da obediência.

Alguns pastores e líderes usam erroneamente esse texto para seduzir seus membros a se tornarem fiéis dizimistas.

Usam os últimos versículos dessa passagem bíblica (Ml 3.10-12) para prometer prosperidade material aos obedientes.

Mas não é isso que o texto afirma.

No texto de Malaquias, Deus diz ao seu povo que estavam sofrendo injustiças, maldições e todo tipo de angústia porque tinham se afastado dele.

Se retornassem a ele, de coração e alma, ele seria o seu Deus e os livraria de todas essas coisas.

A entrega dos dízimos seria uma evidência desse retorno ao Senhor.

Deus não prometeu os fazer prósperos financeiramente, mas cuidar deles amorosamente (como Jesus, em Mt 6.25-34).

Quanto ao NT, precisamos compreender um princípio bíblico e teológico para entendermos sobre o dízimo.

O princípio é:

A graça não anula a lei divina, pelo contrário, ela chega até onde a lei chegava e vai além. Ela cumpre a lei e a excede.

(Veja esse princípio nos textos de Mt 5.21,22; 27,28; 33-37; 38-42; 44-48).

O próprio Jesus afirma que não veio para abolir a lei divina, mas cumpri-la.

Disse também que ela permanecerá até que ele volte e que aqueles que não a ouvirem serão julgados (Mt 5.17-19).

Ou seja, a graça do Senhor não anula a lei divina, pelo contrário, por meio dela a lei se cumpre perfeitamente.

Alguns afirmam que a Bíblia não diz nada sobre o dízimo no NT, mas essa afirmação é falsa.

Em Mt 23.23, Jesus direciona os religiosos a seguirem entregando o dízimo e, além disso, a serem fieis também em outras coisas referentes ao Senhor.

Em At 4.32-35, vemos que os primeiros crentes não questionavam o dízimo, pelo contrário, eles excediam, entregavam muito mais que os 10%!

Por que isso?

Porque estavam transbordando de gratidão e amor pelo Senhor que os salvou eternamente.

Concluindo, o dízimo deve ser uma resposta de amor ao Senhor, é um ato de fidelidade a Jesus, à sua obra no mundo, e uma das evidências da fé autêntica.

Se for entregue como uma obrigação pesada, ele não será diferente da oferta feita por Caim a Deus (Gn 4.3-7).

Adoremos ao Senhor com compromisso, alegria e gratidão também com os nossos bens, pois ele é bom e maravilhoso.


PESCA

Tema: A verdade sobre o dízimo (Adoração)

  1. No capítulo 20 de Êxodo, observando especialmente os vs. 1,2, o que podemos aprender sobre o motivo que deveria levar o povo de Deus a obedecer aos seus mandamentos?

  2. No texto de Ml 3.6-12, percebemos uma crítica severa do Senhor quanto à negligência do seu povo com os dízimos. Qual era o problema real e por trás desta infidelidade deles? O que lhes faltava?

  3. Ainda no texto de Malaquias, Deus está prometendo prosperidade financeira àqueles que passassem a entregar os dízimos? Como podemos relacionar esse texto com as palavras de Jesus em Mt 6.25-34?

  4. No artigo desta semana está escrito:
    “A graça não anula a lei divina, pelo contrário, ela chega até onde a lei chegava e vai além. Ela cumpre a lei e a excede”.

    Como você entendeu essa afirmação com base nos textos em Mt 5.21,22; 27,28; 33-37; 38-42; 44-48?

  5. O que os textos de Mt 23.23 e At 4.32-35 nos ensinam sobre qual deve ser nossa atitude em relação ao dízimo hoje?