A vida de comunhão no corpo de Cristo não é apenas um detalhe que deve estar presente na vida cristã.
Pelo contrário, ela é vista como essencial para que agrademos ao Senhor, cumpramos a nossa missão e para que a fé não esfrie em nossos espírito e, como consequência, acabemos nos afastando dele.
O apóstolo Paulo exorta a igreja em Filipos quanto ao viver na profunda união e unidade que a comunidade da fé deve sempre buscar (Fp 1. 27-30).
Ele inicia dizendo que a vida em comunhão é um dos requisitos para que vivamos de modo digno do evangelho de Cristo no mundo.
Ou seja, fugirmos da comunhão com a igreja é vivermos de forma idigna, como filhos rebeldes que fogem da presença do Pai e da sua família.
Uma tentação real é vivermos uma comunhão fingida, superficial, descomprometida, que se desconecta dos irmãos ao surgir qualquer diferença de posicionamento, opinião ou forma de realizar qualquer ministério na obra do Senhor.
Por isso, Paulo afirma desejar sempre ouvir boas notícias sobre a comunhão que eles vivem, tanto quando está presente ou ausente daquela igreja.
O apóstolo, então, apresenta algumas características da comunhão que todas as igrejas devem buscar.
Paulo, primeiramente, afirma que os crentes devem estar firmes em um só espírito, como se fossem uma só alma.
Essas palavras indicam a profundidade e a intensidade da ligação que deve haver entre cada crente na igreja.
Diante dessas palavras, já podemos descartar aquele tipo de cristianismo desconectado da igreja local.
Existem cristãos que, talvez por terem se machucado demais em igrejas ou por simplesmente não quererem se envolver, afirmam estar ligados à igreja invisível de Cristo, serem comprometidos com o reino de Deus e seus valores, mas sem uma conexão real com uma igreja local.
Pelas palavras do apóstolo, tal tipo de cristianismo não é o que agrada ao Senhor.
Jesus Cristo nos quer juntos, como se fôssemos muitos membros formando um só corpo, com propósitos em comum, como uma só alma buscando agradar e servir ao Pai no poder e na comunhão do Espírito.
Na sequência, podemos perceber nas palavras de Paulo outra característica presente na comunhão da igreja: o desejo profundo de nos empenharmos e lutarmos juntos pela proclamação da palavra de Cristo no mundo, do fazer discípulos para o Senhor.
Não apenas como algo individual que cada crente deve fazer, mas também como um propósito estabelecido e buscado na comunidade da fé.
A comunhão verdadeira no Espírito não nos leva a nos fecharmos em nós mesmos ou apenas com as pessoas que nos identificamos mais.
Ela nos leva para fora da igreja e de nós mesmos, vencendo barreiras externas e internas, para que outros sejam incorporados à nossa comunhão em Cristo.
Isso não é algo inerente a nós, mas algo que o Espírito de Deus nos dá.
Quanto mais cheios da sua presença em nossa vida, mais essa característica estará presente em nós e na nossa igreja.
O apóstolo deixa claro que adversários sempre surgem quando uma igreja decide viver na comunhão do Espírito e sair do seu conforto para convidar outros para participarem conosco da vida com Cristo.
Para isso, a igreja local precisa estar firme no Senhor e na vida de comunhão.
Como poderemos resistir aos ataques externos se lutamos entre nós mesmos?
Como pode um exército vencer uma batalha se não estiverem todos os soldados com um só propósito, estratégia e objetivo final?
Por fim, o apóstolo revela que uma igreja madura em Cristo, que vive na comunhão verdadeira do Espírito, compreende que a ela não foi concedida apenas a graça de crer em Jesus, mas também de padecer por ele enquanto realiza a sua obra no mundo.
A comunhão sincera, real e profunda com o Senhor e com a sua igreja nos leva a combatermos juntos o bom combate da fé com dedicação, amor, ousadia e persistência.
Busquemos, cada um de nós, essa vida de comunhão com a igreja local, vencendo as diferenças, superando as barreiras internas e externas, dedicando-nos para que o mundo ouça e prove do amor do Pai, da graça maravilhosa do Filho e da comunhão vivificante do Espírito por nosso meio.
PESCA
Tema: A vida no corpo de Cristo (Comunhão)
Texto: Filipenses 1. 27-30
27 Não importa o que aconteça, vivam de maneira digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito na minha ausência, fique eu sabendo que vocês permanecem firmes em um só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, 28 sem, de forma alguma, deixar‑se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles, isso é sinal de destruição, mas, para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus. 29 Porque a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, 30 já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento.
Filipenses 1. 27-30
- Paulo deixa claro que a vida em comunhão é um dos requisitos para que vivamos de modo digno o evangelho de Cristo no mundo. Quais são as implicações disso na vida do crente?
- Uma tentação comum hoje é vivermos uma falsa comunhão, algo descomprometido, distante dos irmãos. Quais são algumas justificativas dadas para insistirmos nesse erro?
- O apóstolo afirma que os crentes devem estar firmes em um só espírito, como se fossem uma só alma. A que tipo de comunhão somos, portanto, chamados a viver na igreja local?
- Paulo evidencia que a comunhão da igreja em Cristo desperta em nós o desejo de lutarmos juntos pela proclamação do evangelho no mundo. Quais são algumas barreiras internas e externas que devemos superar para realizarmos isso?
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