“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados”.
Provérbios 31. 8, 9
Viver o evangelho é ir na contramão do mundo.
Enquanto podemos comparar os ímpios a peixes mortos levados pela correnteza, aqueles que creem e têm Jesus Cristo como Senhor de suas vidas devem ser como peixes que lutam contra a força das águas, afinal, estão vivos!
Estes já não podem mais ser levados pelas filosofias, valores, prioridades, crenças e modo de viver do mundo.
Ser crente é estar em luta contra tudo que existe em oposição à palavra de Deus e isso exige coragem, determinação, fé, perseverança e muito amor a Deus e ao próximo.
Uma das lutas que o crente enfrenta está na forma egoísta e descomprometida que o mundo vive hoje em relação ao próximo.
Ninguém se importa com o outro.
Cada um luta apenas por si mesmo.
Nunca ninguém está disposto a compartilhar nada com quem necessita, nem mesmo percebe as necessidades do próximo, pois está tão voltado para si mesmo – para suas vontades, desejos, planos e busca por prazer e satisfação – que ignora completamente todas as pessoas ao seu redor.
As dores do outro nem chegam a incomodar, pois não são nem mesmo percebidas.
As únicas dores e injustiças que as pessoas percebem e sentem hoje são aquelas que as atingem diretamente.
O outro é apenas alguém com pouquíssimo valor que existe ao seu lado em alguma parte da sua existência.
A palavra de Deus, entretanto, lembra-nos que não podemos viver como aqueles que não temem ao Senhor.
Amar a Deus implica em amar ao próximo.
Quem não ama ao outro nunca amou verdadeiramente a Jesus Cristo.
Aqueles que foram impactados e transformados pela mensagem da cruz não podem viver mais para si mesmos apenas, pelo contrário, devem se empenhar para serem bênção para muitos outros por onde quer que passem.
O versículo de provérbios citado no começo do artigo evidencia um pouco desta realidade.
Por meio dele, o Altíssimo nos envia ao mundo como agentes de justiça.
Somos chamados pelo Criador, como servos do seu reino, para lutarmos pelos fracos, por aqueles que não têm uma voz ativa nem forças na sociedade para alcançarem por si mesmos a justiça para suas vidas, famílias e comunidade.
Jesus deixou isso muito claro para seus discípulos na experiência que tiveram com ele no monte da transfiguração.
Logo após os discípulos verem o Senhor transfigurado conversando com dois servos de Deus do passado, Moisés e Elias, propuseram a ele para ficarem lá no monte, onde tudo parecia perfeito, transcendente.
No entanto, o Salvador recusou aquela proposta de fé egoísta e os convidou a descerem com ele da montanha para libertarem endemoninhados, curarem enfermos, pregarem o evangelho, abençoarem os pobres.
O verdadeiro amor a Deus não nos tira do mundo, pelo contrário, envia-nos a ele para rompermos os grilhões que impedem que outros provem da vida que o Criador tem para eles hoje em Cristo Jesus.
Devemos deixar o cristianismo comodista de lado e nos tornarmos a voz de justiça dos fracos, pobres e injustiçados.
O evangelho não é uma mensagem que deve transformar apenas a vida pós-morte do próximo.
É também o poder divino para trazer os valores, princípios e a justiça do futuro reino dos céus para hoje por meio da sua verdadeira igreja.
Existe uma inquietação na alma do crente, pois a verdadeira espiritualidade cristã nos livra das angústias mundanas, como a preocupação com o dinheiro e com as coisas materiais, mas ela nos apresenta uma nova e santa: a angústia pelo sofrimento do próximo.
A verdadeira igreja anseia que a pregação do evangelho alcance todos os povos, pois os quer salvos no Senhor.
Ela também anseia pela libertação de todos que ainda são escravos do Diabo.
Além dessas duas, ela também aguarda e trabalha ativamente no mundo para que a justiça do reino de Deus alcance os confins da terra.
Sejamos, cada vez mais, essa igreja, esses crentes que se dedicam para que outros sejam salvos, libertos, curados e provem da justiça do reino ainda hoje.
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