Amor incomparável!

Amor incomparável!

Jesus, sendo Deus e homem, revela-nos em sua humanidade um Deus que se importa e ama os pecadores. Certo dia, enquanto Jesus ministrava as verdades eternas a pecadores e publicanos, religiosos o criticavam por estar entre “aquele tipo de gente”. Sabendo o que pensavam e diziam, Jesus contou-lhes três parábolas para explicar-lhes um pouco da profundidade do amor divino pela vida humana (Lc 15).

Em sua primeira parábola, Jesus apresentou Deus como um pastor que cuida amorosamente de cada uma das suas ovelhas, conhecendo o nome de cada uma delas. Um pastor que valoriza e ama cada ovelha como ela é, disposto a buscar cada uma delas, onde quer que estejam, caso se percam ou se desviem dos seus caminhos. Um pastor que não mede esforços para procurar aquela ovelha que se distanciou do grupo e que, de repente, está presa em algum lugar, correndo risco de morte, ou gravemente ferida. Um pastor que para tudo que está fazendo para resgatar suas pequeninas e trazê-las para perto de si.

Para esse amoroso pastor apresentado por Jesus, não existe ovelha que não seja amada. Todas as suas ovelhas são preciosas para ele e, quando uma que estava perdida é encontrada, há festa e grande júbilo na casa dele. Jesus estava tentando despertar aqueles corações duros para a graça divina, para compreenderem um pouco do amor de Deus pelas pessoas, amor este que continua pleno e perfeito mesmo quando estão afundadas no pecado e distantes da sua santa vontade.

Em sua segunda parábola, Jesus compara Deus com uma mulher que guardava cuidadosamente suas preciosas dez moedas. Apesar daquelas moedas representarem pouco para alguns (eram somente o pagamento por apenas dez dias de trabalho braçal), para ela eram motivo de alegria. Outros podiam ver diferente, mas para ela eram moedas especiais e de grande valor.

Um dia, uma das moedas desapareceu e, por ser de grande valor para aquela mulher, ela a procurou por toda a casa. Ela procurou durante o dia, mas nada achou. Mas não desistiu com a chegada da noite. Ela acendeu uma candeia e continuou a procurar a sua preciosa moedinha. Em todos os lugares da casa ela olhou, até que a encontrou. Ao encontrar, saiu contando a todas as amigas e vizinhas o quão feliz estava por ter encontrado a sua preciosa moedinha.

Jesus, por meio desta parábola, estava dizendo àqueles religiosos que deveriam estar celebrando o fato dos pecadores estarem ouvindo de boa vontade a palavra de Deus ao invés de estarem o criticando por estar no meio deles. Afinal, Deus é como aquela mulher que, por amar, busca até encontrar e, quando encontra, celebra intensamente pela vida que foi salva.

Em sua terceira parábola, Jesus compara Deus a um pai que ama o tempo todo, sem desanimar, perder a esperança ou mudar a sua forma de ver os seus amados, mesmo quando se desviam dele ou o desobedecem.

Dois filhos são apresentados nessa parábola. O primeiro, o mais novo, claramente um rebelde, contraria e nega o pai, sai de casa com parte dos bens familiares e vai para uma terra distante viver de forma irresponsável e contrária a tudo que o pai havia lhe ensinado. Após perder tudo e ser abandonado pelos falsos amigos, volta humilhado, pobre e sem nenhum respeito próprio para casa. Sua proposta agora para o pai era ele ser tratado não mais como um filho, mas apenas como um dos servos da casa.

O pai, que de longe o viu chegando, correu ao seu encontro, recebeu-o com um beijo, restabeleceu-o como filho novamente, sem questionar nada, com o mesmo amor perfeito, intenso e imaculado que tinha já antes daquele filho se rebelar e sair de casa. Para aquele pai não interessava o que aquele filho havia feito ou dito. Importava apenas que ele estava de volta, em casa, vivo. Por isso, uma grande festa se iniciou naquela casa.

O segundo filho, aparentemente muito obediente, não era melhor do que o mais novo. Ele era como um religioso que vive de aparências, escondendo-se em sua hipocrisia e rituais mortos. Na verdade, ele também não tinha prazer em estar ao lado do pai, mas nunca teve coragem de assumir isso para o pai e nem para si mesmo. Fazia tudo como o pai desejava, mas como uma obrigação penosa que não lhe trazia nenhum prazer ou alegria. Era um filho legítimo, mas, sem precisar, vivia como se fosse um escravo dentro da casa.

Esse filho se revoltou pelo pai ter aceito de volta o irmão que havia humilhado o nome da família e rejeitado o pai. Além disso, mostrou muita frustração por nunca ter recebido nada especial do pai por ter se mantido fiel enquanto o outro se rebelou e saiu de casa. Mostrou mágoas por nunca ter sido valorizado de forma especial. Ele questionou: Como você, pai, dá uma festa para este imundo e para mim, que sou o filho bom, nunca deu nada? Para ele tudo era uma troca de favores, uma questão de merecimentos.

O pai teve muita paciência e amor para mostrar para esse filho que tudo naquela casa era dele, por direito. O pai, com o mesmo amor e carinho, deixou claro que ele mesmo poderia ter feito uma festa daquela para ele e seus amigos quando quisesse, pois tudo que era do pai era também dele. Esse filho, o mais velho, não precisava ser tão legalista, afinal, o pai queria se relacionar com ele baseado no amor e não em regras e leis vazias. A vida com o pai não era para ser algo pesado, mas uma resposta de amor, algo leve, suave e fruto de gratidão.

Jesus, nessas três parábolas, ensinou que:

  1. Deus ama intensamente o ser humano, mesmo aquele que vemos como “o maior dos pecadores”;
  2. Deus nos busca em nossos esconderijos, pois nos quer perto dele;
  3. Não existe um ser humano que não seja pecador; mesmo aqueles que parecem ser mais espirituais são, na verdade, tão falhos e dependentes da graça e do amor divinos quanto os outros;
  4. A religião não pode ser uma desculpa para rejeitarmos outros, pois se assim for, ela não vem de Deus, é maligna;
  5. Nosso relacionamento com Deus deve ser fundamentado no amor e na gratidão e não em regras, obrigações ou qualquer tipo de legalismo; Jesus nos apresentou um Deus que é um Pai de amor e não um juiz maligno.

Aprendamos essas lições provindas dessas três parábolas e vivamos uma fé madura, firmada no amor e que vai ao encontro de outros para levar a graça divina do Deus maravilhoso que nos alcançou em Cristo Jesus.

PESCA

Tema: Amor incomparável.

  1. Que lições podemos aprender na parábola de Lc 15.1-7?
  2. Que lições podemos aprender na parábola de Lc 15.8-10?
  3. Que lições podemos aprender na parábola de Lc 15.11-32?