O oposto de confiar em Deus é ansiedade ou frustração, e Jesus falou muito sobre ansiedade.
O texto que mais se destaca é Mt 6.25-34, em que Jesus faz cinco referências à ansiedade ou à inquietação.
Não devemos ficar ansiosos com o que iremos comer, beber ou vestir, e nem mesmo com as circunstâncias desconhecidas do amanhã.
Outra expressão que Jesus usa em relação à ansiedade é: “Não temais” (Mt 10.31; Lc 12.7).
Paulo repete essa admoestação contra a ansiedade quando diz em Fp 4.6: “Não andeis ansiosos por coisa alguma”.
E Pedro acrescenta: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, pois ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
Quando dizemos a alguém: “Não fique ansioso” ou “não tenha medo”, estamos simplesmente tentando encorajar a pessoa ou corrigi-la com a intenção de ajudar.
Todavia, quando Jesus (ou Paulo, ou Pedro, que escreveram por inspiração divina) nos diz: “Não fique ansioso”, tal frase tem a força de uma ordem moral, ou seja, a vontade moral de Deus é que não vivamos ansiosos.
Ou sendo mais explícito, ansiedade é pecado.
Ansiedade é pecado, primeiramente, por ser falta de confiança em Deus.
Em Mt 6.25-34, Jesus argumenta que, se o Pai celeste cuida das aves do céu e dos lírios do campo, não irá cuidar ainda mais de nós e de nossas necessidades?
Pedro disse que a razão para lançarmos nossa ansiedade em Deus é que ele se importa conosco.
Assim, quando permito que a ansiedade me domine, estou, na verdade, acreditando que Deus não se importa comigo e não irá cuidar de mim na situação que está me deixando ansioso.
Imagine que algum amado seu lhe diga:
“Não confio em você. Não acredito que você me ame e cuidará de mim”.
Que afronta! Mas é isso que dizemos ao nosso Deus com a nossa ansiedade.
Ansiedade também é pecado porque significa recusar a providência divina em nossas vidas.
A providência de Deus pode ser definida simplesmente como Deus orquestrando todas as circunstâncias e eventos do universo para a sua glória e para o benefício de seu povo.
Alguns cristãos têm dificuldade de aceitar que Deus realmente controla todos os eventos e circunstâncias; até aqueles de nós que acreditam, muitas vezes, perdem de vista essa gloriosa verdade.
Em vez de crermos, somos propensos a nos concentrar nas causas imediatas da ansiedade em vez de lembrarmos que elas estão sob o controle soberano de Deus.
Aceitar a vontade providencial de Deus não significa que deixaremos de orar sobre o resultado final.
A ordem de Paulo para não ficarmos ansiosos é acompanhada da instrução para orarmos sobre a causa da ansiedade (Fp 4.6).
E Jesus, diante do sofrimento iminente na cruz – uma angústia que excedeu qualquer ansiedade que jamais vivenciaremos -, orou:
“Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
Mateus 26. 39
Podemos orar por socorro e livramento numa situação que desencadeia nosso estado de ansiedade, mas devemos estar prontos a aceitar a vontade providencial de Deus e a confiar que, não importa o resultado, sua vontade é melhor do que nossos planos e desejos.
Talvez você não seja tentado à ansiedade com a mesma frequência que eu.
Mas, se for o caso, você sabe reconhecer as circunstâncias que o deixam ansioso?
Como eu, você se frustra quando a vontade providencial de Deus é diferente daquilo que você planejou?
Se isso acontece, incentivo-o a memorizar e usar em oração alguns dos versículos que mencionei anteriormente, especialmente em conexão com quaisquer situações recorrentes que lhe provoquem ansiedade.
Acima de tudo, peça que Deus lhe dê fé para crer que a vontade providencial dele para você é fruto de sua sabedoria infinita e bondade, e tem por objetivo o seu bem.
Peça, então, que Deus lhe dê um coração submisso à vontade dele quando ela for contrária aos seus planos.
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