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As duas alianças

As duas alianças

A Bíblia fala de duas alianças: a do Monte Sinai (onde foram entregues os mandamentos do Senhor para Moisés) e a aliança da graça em Cristo Jesus.

A primeira era provisória, veio para revelar a vontade de Deus ao seu povo e para evidenciar a nossa culpa, o nosso pecado e as consequências provindas dele.

Na primeira aliança de Deus com o seu povo lhes foi dada a Lei.

O Criador entregou a Moisés a Lei que funcionaria como um tutor, um guia para o seu povo até que o Salvador viesse para redimir cada um dos seus por meio da sua vida, morte e ressurreição (Gl 3.24).

Nunca foi o plano divino nos entregar uma Lei para que fôssemos salvos por ela (Gl 3.21b).

Deus conhece a nossa incapacidade de cumpri-la e de agradá-lo.

Se houvesse uma Lei que pudesse salvar alguém, o Filho de Deus não precisaria ter vindo até nós.

Bastava cada um fazer a sua parte vivendo 100% de acordo coma Lei todos os dias de sua vida.

Se recordarmos um pouco da história de salvação contada na Bíblia, a promessa de redenção divina veio muito antes da Lei ser entregue a Moisés.

Abraão recebeu a promessa e somente bem depois a Lei foi dada.

Ou seja, a promessa tem a primazia em relação à Lei.

A salvação já estava na promessa divina quando a Lei passou a fazer parte da vida de Israel.

Ela veio apenas para conduzir aqueles que diziam crer no Deus de Abraão, que confiavam na promessa divina de salvação e vida abundante.

A Lei não pode invalidar a promessa feita a Abraão, ou seja, a promessa de vida àqueles que creem como Abraão creu no Senhor (Gl 3.15-18).

A Lei foi dada no Monte Sinai cinquenta dias depois que o povo de Deus saiu do Egito.

Primeiro Deus libertou, salvou Israel, e depois entregou-os a Lei para guiá-los até a vinda do Messias, Jesus Cristo.

Perceba: a Lei veio após a salvação e não como instrumento de salvação.
Foi dada como um tutor àqueles que afirmavam crer no Deus que prometera vida.

Na segunda aliança, a da graça, também foi entregue algo ao povo de Deus como um guia, um tutor para nos conduzir nos caminhos de Deus: o Espírito Santo.

Assim como na primeira aliança o tutor veio cinquenta dias após a libertação, na segunda o Espírito também foi dado ao povo de Deus cinquenta dias após a consumação de nossa salvação, ou seja, cinquenta dias após a morte e ressurreição do Senhor, no dia de Pentecostes.

Na nova aliança somos movidos pelo Espírito e não mais pela Lei escrita na pedra ou no papel.

Com a chegada do Messias, a primeira e provisória aliança se desfaz e já não precisamos do antigo tutor.

A Lei foi como uma babá que cuidou do povo de Deus em sua infância.

Agora, já mais maduros e crescidos, não precisamos dos seus cuidados, pois temos algo superior, melhor e definitivo.

Alguns não compreendem isso e vivem como escravos da Lei.

Ela não é vista como um guia concedido, mas como um instrumento de salvação.

Requerem o cumprimento dela (ou de partes dela, como a guarda do sábado) como um requisito para a salvação.

Quanto a isso, a Bíblia afirma que se alguém quiser ser salvo por ela não basta cumprir alguns dos mandamentos, mas sim todos, por toda a vida, sem falhar nenhuma vez, caso contrário, está debaixo de maldição, condenado (Gl 3.10).

A Bíblia também nos ensina que quem tenta se salvar pela Lei está separado de Cristo, não provou ainda da graça salvífica do Senhor (Gl 5.4).

Esses que buscam salvação na Lei anulam a importância e centralidade da cruz de Cristo (Gl 2.21).

A segunda aliança, estabelecida desde antes da fundação do mundo, é eterna.

Ela é o plano divino final para nossas vidas.

Se fomos vivificados pela obra do Espírito e não por leis, vivamos também movidos pelo mesmo Espírito (Gl 5.25).

Por que se temos algo maior, o Espírito, voltaríamos àquilo que é menor, a Lei?

Não somos escravos, mas filhos que cumprem, por amor, a vontade do Pai.


PESCA

Tema: As duas alianças (Ensino)

Texto: Gálatas 3. 1-29

A fé ou a obediência à lei

1Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi publicamente exposto diante dos olhos de vocês que Jesus Cristo foi crucificado? 2Esta é a única coisa que desejo saber de vocês: foi pelas obras da lei que
receberam o Espírito ou pela fé na mensagem que ouviram? 3Vocês são tão insensatos assim? Tendo começado pelo Espírito, agora querem se aperfeiçoar pelo esforço próprio? 4Vocês experimentaram tantas coisas em vão? Se é que foi em vão! 5Aquele que dá o seu Espírito e faz milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da lei ou pela fé na mensagem que ouviram?

6Assim foi com Abraão: “Ele creu em Deus, e isso lhe foi atribuído como justiça”. 7Saibam, portanto, que aqueles que têm fé é que são filhos de Abraão. 8Prevendo a Escritura que Deus justificaria os gentios pela fé, anunciou primeiro o evangelho a Abraão: “Por meio de você todas as nações serão
abençoadas”. 9Assim, os que são da fé são abençoados com Abraão, o homem de fé.

10Pois todos os que vivem na prática da lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: “Maldito seja todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da lei”. 11É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois “o justo viverá pela fé”. 12A lei não se baseia na fé, mas “o homem que praticar essas coisas viverá por meio delas”. 13Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição no nosso lugar, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado em um madeiro”. 14Isso para que, em Cristo Jesus, a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito por meio da fé.

A lei e a promessa

15Irmãos, humanamente falando, como ninguém pode anular nem acrescentar algo a uma aliança humana que tenha sido ratificada, assim é nesse caso. 16As promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. A Escritura não diz: “E aos seus descendentes”, como se falasse de muitos, mas de um só, “ao seu descendente”, que é Cristo. 17Agora, o que digo é: a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a aliança previamente estabelecida por Deus, de modo que invalide a promessa. 18Pois, se a herança depende da lei, já não depende da promessa. Deus, porém, concedeu a herança gratuitamente a Abraão por meio da promessa.

19Qual era, então, o propósito da lei? Ela foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o Descendente a quem se referia a promessa, e foi ordenada por meio de anjos, pela mão de um mediador. 20Um mediador, entretanto, implica mais de uma parte, mas Deus é um.

21Então, a lei é contrária às promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que pudesse conceder vida, certamente a justiça viria da lei. 22Entretanto, a Escritura encerrou todas as coisas sob o controle do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que creem.

23Antes que viesse essa fé, estávamos sob a custódia da lei, nela aprisionados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. 24Assim, a lei foi o nosso tutor até a chegada de Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. 25Agora, porém, que a fé chegou, já não estamos sujeitos ao tutor.

Os filhos de Deus

26Todos vocês são filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus, 27pois os que em Cristo foram batizados vestiram‑se de Cristo. 28Não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus. 29Se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa.

Gálatas 3. 1-29
  1. Após a leitura do texto bíblico, reflitamos no paralelo entre:
    1. Lei e graça: Como elas se relacionam?
    2. Lei e Espírito: Veja os vs 1-5 e o texto em Gl 5.4 para auxiliar na reflexão.
    3. Lei e fé: veja especialmente os vs 6-11.
    4. Lei e promessa: veja os vs 15-22.
    5. Lei e Jesus: veja os vs 10-14, 23-29.
    6. 1ª e 2ª alianças: utilize o artigo desta semana como auxílio na reflexão.

  2. Por que a igreja na Galácia e muitos ainda hoje optam por uma religiosidade firmada na Lei, em regras, ao invés de viverem uma espiritualidade na liberdade do Espírito?