Eu lhes mostrarei a que se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa.
Lucas 6. 47-49
Jesus Cristo se referiu, muitas vezes, a tempestades repentinas que transformavam o leito seco de um riacho em correntes violentas.
São cenas comuns em Israel, onde o tempo muda de repente e altera drasticamente a paisagem.
As construções rurais dos dias de Jesus eram, na maior parte delas, feitas com barro endurecido.
Os ladrões conseguiam cavar buracos através das paredes de tais casas.
Temos o exemplo dos quatro homens que fizeram uma abertura no teto da casa onde Jesus estava ensinando para por ela baixar o leito onde estava seu amigo paralítico (Marcos 2. 3, 4).
Portanto, para quem construía era uma questão de economia e sabedoria construir longe de possíveis cursos de água, mesmo que essas valas permanecessem secas por vários anos.
Um construtor prudente edifica sobre uma rocha.
Assim, não temerá que uma chuva torrencial, provocando o súbito transbordamento de um riacho, arraste a casa, nem receará as rajadas de vento que se abaterão sobre ela.
O alicerce da casa construída sobre a rocha resistirá.
O construtor insensato constrói sua casa como se estivesse erguendo uma tenda.
Não lhe ocorre que a casa deve ter uma estrutura mais permanente.
Ele edifica sua casa sobre a areia, possivelmente por causa do acesso mais fácil a um riacho próximo.
Enquanto o tempo está bom e o céu azul, os ocupantes da casa nada têm a temer.
Quando, quase sem que se possa prever, o tempo muda, as nuvens se acumulam, a chuva cai, os riachos transbordam e o vento sopra, a casa vem abaixo com grande estrondo.
Os evangelistas Mateus e Lucas mostram algumas diferenças na narrativa desta parábola (Mateus 7. 24-27; Lucas 6. 47-49).
Podemos explicar essas variações atentando para os diferentes leitores a quem elas se destinavam.
Mateus escreveu para o leitor judeu que vivia em Israel, enquanto Lucas levava o evangelho aos helenos que viviam na Ásia Menor e no Mediterrâneo.
Para um judeu acostumado com as técnicas de construção que prevaleciam no antigo Israel, a parábola a respeito dos dois construtores se explicava por si mesma.
Lucas, por se dirigir aos gregos ou helenos, substituiu por procedimentos de construção mais usuais entre eles.
O construtor cava, abrindo profunda vala e assenta o alicerce da casa sobre a rocha, descreve Lucas.
Além da diferença na maneira de construir, Lucas tinha que levar em consideração as mudanças geográficas e climáticas.
Enquanto Mateus escreveu sobre a chuva caindo, o riacho transbordando e o vento soprando forte, Lucas se referiu à enchente que veio e à força da correnteza se arrojando contra a casa.
Mateus fala de se construir sobre areia; Lucas, de se construir sobre a terra.
Esses pormenores diferentes não alteram o significado da parábola, mas foram colocados para melhor comunicar a cada público alvo.
A verdade continua a mesma: o construtor é prudente quando constrói a casa sobre uma base sólida.
Uma pessoa que ouve as palavras de Jesus e as pratica é como um construtor prudente.
É tolo aquele que, ouvindo as palavras do Senhor, não as obedece.
Tal pessoa pode ser comparada ao construtor que constrói sua casa sobre a areia, ou sobre a terra, sem alicerce.
Ao concluir o Sermão do Monte, Jesus queria que seus ouvintes não apenas ouvissem, mas que praticassem o que lhes havia dito.
É insuficiente apenas ouvir as palavras do Senhor.
Aquele que crê deve aceitar sua palavra e construir sua fé apenas nele.
Jesus é o fundamento sobre o qual o ser humano prudente constrói.
O apóstolo Paulo também deixa isso muito claro em 1 Coríntios 3. 10, 11.
O prudente ouve atentamente e direciona sua vida de acordo com os ensinos de Cristo.
Aquele que ouve e não os pratica se arruinará completamente.
Não gasta tempo cavando e assentando seu alicerce.
Sua casa fica pronta logo e é temporariamente adequada às suas necessidades, mas quando a adversidade chega como um furacão, a casa que não é firmada em Jesus tomba e sua ruína é completa.
Esta parábola chama atenção também para o julgamento divino que todos enfrentarão.
Todavia, os que vivem a palavra do Senhor não serão destruídos.
PESCA
Tema: As tempestades da vida e a fé (Ensino)
Texto: Lucas 6. 47-49
47 Eu lhes mostrarei a que se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. 48 É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída. 49 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa.
Lucas 6. 47-49
- O que esta parábola ensina para o crente que não estuda a palavra de Deus com dedicação nem ora sozinho e em família?
- E para o crente que não se envolve nem se compromete de verdade com a igreja, afinal, sempre tem algo mais importante a fazer do que congregar e cooperar na obra do Senhor?
- Aquele que não é dizimista, como a “sua casa pode cair”?
- Aquele que frequenta a igreja, mas não se importa com um viver em santidade para o Senhor, o que a parábola diz?
Deixe seu comentário: