Cristofania é o termo teológico que se refere às aparições de Jesus Cristo no Antigo Testamento.
É extremamente importante sabermos que, apesar do Filho de Deus aparecer de diversas formas no Antigo Testamento, nenhuma aparição dele é tão clara e definitiva para revelar Deus como a humanidade assumida por ele no homem Jesus de Nazaré (Jo 1.18; 12.44,45; 14.8-11).
Como o Cristo, o Filho de Deus se revelou perfeita e profundamente ao limite máximo da compreensão humana.
É dessa forma – como aquele que morreu e ressuscitou – que Deus sempre se revelará em sua criação.
No capítulo dezoito de Gênesis, temos um exemplo de cristofania.
O Filho de Deus aparece nesse texto como um homem comum conversando com Abraão, o servo de Deus.
Estava Abraão, ao meio dia, sentado à entrada da sua tenda quando ergueu os olhos e viu três homens se aproximando.
Ao vê-los, saiu ao encontro deles, prostrou-se e disse-lhes:
Meu senhor, se mereço o seu favor, não passe pelo seu servo sem fazer uma parada. Mandarei buscar um pouco d’água para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore. Vou trazer-lhes o que comer, para que recobrem forças e prossigam pelo caminho, agora que já chegaram até este seu servo.
Gênesis 18. 3-5
Responderam-no que assim o fizesse.
Portanto, correu Abraão à sua esposa e, juntos, prepararam a refeição para aqueles visitantes.
O melhor que tinham foi utilizado naquela refeição preparada com muita dedicação.
Perguntaram para Abraão onde sua esposa estava, pois tinham algo importante para comunicá-los.
Foi quando um daqueles homens disse que voltaria um ano após, pois Sara daria à luz um filho.
Abraão e Sara ainda não tinham filhos e ambos já tinham uma idade bem avançada.
Essa, certamente, era uma notícia maravilhosa para aquele casal que há tanto tempo sonhava com uma criança.
Sara, entretanto, estava escutando a conversa na entrada da tenda e riu consigo, pensando:
Quando éramos jovens não tivemos filhos, quanto mais agora!
Então, o Senhor perguntou a Abraão porque sua esposa havia rido e duvidado da sua palavra.
Perguntou-lhe também se havia algo impossível ao Senhor e reafirmou que depois de um ano voltaria ali e que Sara teria um filho (Gn 18.14).
Após a refeição, aqueles homens se levantaram para ir para Sodoma e Abraão os acompanhou até certo local para se despedir.
Um deles, o que era o Mediador da aliança entre os homens e Deus, disse aos outros dois que não poderia esconder do seu eleito amado aquilo que estava para fazer (Gn 18.17-19).
Após demonstrar sua consideração por Abraão, disse-lhe que deveriam ir à Sodoma e Gomorra, pois os pecados naquelas cidades eram muitos e que haviam sido enviados para checar e estabelecer a justiça.
Os outros dois homens, anjos a serviço do Senhor, foram até as cidades para verificar a realidade espiritual delas, enquanto Abraão permaneceu com o Senhor ali.
Estando eles sozinhos, Abraão perguntou se ele, o Senhor, exterminaria o justo com o ímpio.
O Senhor lhe respondeu que não destruiria a cidade se nela houvesse justos.
Abraão fez a mesma pergunta de outras formas, sempre com humildade e cada vez questionando com maior profundidade a compaixão do Senhor.
Após suas seis perguntas, Abraão se aquietou e descansou na justiça e compaixão do Senhor que estava diante dele (Gn 18.23-33).
Na sequência, os dois anjos foram a Sodoma e, antes que a cidade fosse destruída, tiraram dela o justo Ló e sua família, honrando assim a palavra do Senhor (Gn 19).
Nesta história podemos claramente perceber que dentre os três homens que Abraão encontrou, um deles era o próprio Filho de Deus, e os outros dois, anjos ao seu serviço.
Aquele que é o Senhor se identifica no texto como o Justo Juiz. Ele tem poder e autoridade para julgar e condenar cidades e pessoas, mas continua sendo o compassivo Deus.
Demonstra-se sempre como um Senhor amoroso e que se relaciona pessoalmente com cada um do seu povo.
O Santo Deus não toma decisões aleatórias, irresponsáveis e a ninguém condena por razões ilícitas. Jesus Cristo é o único mediador estabelecido pela Trindade, o eterno Juiz da criação.
A última e decisiva palavra não é do Diabo, nem nossa, nem de nenhuma outra criatura, mas dele, o Ressurreto.
PESCA
Tema: Cristofania?
Texto: Gênesis 18.1 – 19.29
- No artigo do boletim, lemos que dentre os três homens que foram ao encontro de Abraão, dois eram anjos e o outro era o próprio Senhor, o Filho de Deus. Isso o surpreende? Isso é uma boa notícia para você? Por quê?
- O que você pensa da forma com que o Senhor tratou Abraão? O que ela nos ensina sobre a forma com que Jesus se relaciona conosco?
- Que tipo de refeição Abraão e Sara prepararam para o Senhor? O que isso nos ensina sobre nosso relacionamento com Jesus?
- O que a atitude de Sara nos ensina sobre nós mesmos quando o Senhor nos diz algo aparentemente impossível aos nossos olhos?
- Que tipo de juiz o Senhor se revela nesse texto bíblico? Como isso impacta a sua vida espiritual, sua caminhada com Deus?
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