Deus e a maternidade

Dimensões femininas são percebidas no ser divino por toda a Bíblia, principalmente na pessoa do Espírito Santo.

O primeiro aspecto que vale a pena ressaltarmos é que o nome do Espírito de Deus em hebraico é feminino.

Além disso, é principalmente ao Espírito que é atribuída a função geradora da vida.

É ele que nos consola, exorta e ensina assim como fazem as mães com seus filhos.

É ele também que não nos deixa órfãos (Jo 14.18); ensina-nos a chamar Deus de Pai e honrá-lo.

Desde os primeiros versículos da Bíblia, o Espírito revela características femininas e maternais.

Já no segundo versículo da Bíblia é dito que ele pairava sobre as águas antes que houvesse qualquer forma de vida (Gn 1.2).

Estudando este texto com profundidade, na língua original, o sentido de “pairar” no texto é como se o Espírito estivesse “chocando” para gerar todo o tipo de vida existente.

Com essas palavras acima não estamos afirmando que Deus (ou o Espírito dele) seja do sexo feminino.

O que estamos dizendo é que Deus, em sua essência divina, possui em si tanto o homem quanto a mulher; ele é tão pai quanto é mãe em suas obras e atributos.

Por isso, quando gerou o ser humano segundo a sua imagem e semelhança, Deus o fez homem e mulher.

O ser humano tanto na sua masculinidade como na sua feminilidade, tanto na paternidade como na maternidade, refletem um pouco da imagem divina.

É muito fácil vermos Deus como Pai, afinal, é assim que chamamos uma das pessoas da Santíssima Trindade.

O problema é que nos esquecemos de reconhecer a feminilidade divina e a maternidade presente em Deus antes mesmo da mulher ter sido criada.

Deus não é homem nem mulher.

Deus é Deus, infinitamente acima de tudo e todos, incompreensível, inassimilável e intangível por méritos e capacidades pessoais de qualquer criatura.

Todavia, homem e mulher foram feitos a sua imagem e semelhança.

Hoje é Dia das Mães.

Honremos estas mulheres de forma muito especial, pois somente por meio delas podemos provar de forma concreta um pouco de alguns atributos divinos.

De forma peculiar, elas são as primeiras que nos revelaram aspectos do Espírito que nos gerou e nos ensina, corrige, consola, acolhe e nos leva aos braços do Pai.