A dimensão intelectual do compromisso com Cristo

A dimensão intelectual do compromisso com Cristo

A mente é a cidadela central da nossa personalidade e efetivamente governa nossas vidas.

Apesar disso, ela é muitas vezes a última fortaleza a render-se ao senhorio de Jesus.

A verdade é que nós preferimos pensar nossos próprios pensamentos e ponderar nossas próprias opiniões; e se os dois entrarem em conflito com o ensino de Jesus, pior para ele!

 

Mas Jesus Cristo reivindica autoridade sobre nossas mentes.

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim”, disse ele. Mt 11.29

Seus ouvintes judeus o teriam compreendido imediatamente.

Afinal, eles estavam acostumados a falar sobre o “jugo da Tora” (a lei), a cuja autoridade se submetiam.

Agora Jesus falava de seu ensino como sendo um jugo.

Seus seguidores tinham que tornar-se seus pupilos, seus discípulos, sujeitar-se a suas instruções, aprender com ele.

Não precisavam ter medo disso, pois, por um lado, ele mesmo era “manso e humilde de coração”; e, por outro lado, o jugo era “suave” e sob a leve disciplina eles encontrariam “descanso” para suas almas.

Em outras palavras, o verdadeiro “descanso” reside em submeter-se ao jugo de Cristo (e não em resistir a ele).

O apóstolo Paulo, posteriormente, iria escrever algo similar, ao expressar sua decisão de “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. 2Co 10.5

 

Contudo, o cristão contemporâneo, na sua ânsia por reagir com sensibilidade aos desafios do mundo moderno, não pode, para tanto, tentar livrar-se da autoridade de Jesus Cristo a fim de fazê-lo.

Um discípulo não tem a liberdade de discordar de seu divino mestre.

O que nós cremos acerca de Deus e do ser humano, seja homem ou mulher, criado à sua imagem, ou sobre a vida e a morte, os deveres e o destino, a Escritura e a tradição, a salvação e o juízo, e muito mais ainda, tudo isso nós aprendemos com ele.

Existe em nossos dias, tão cheios de especulações estranhas e loucas, uma urgente necessidade de retomarmos nossa posição correta aos pés de Cristo.

“Só quem obedece sem reservas à ordem de Jesus”, escreveu Dietrich Bonhoeffer, “e submete-se sem resistências ao seu jugo, acha leve o seu fardo e sob sua doce pressão recebe o poder de perseverar no caminho certo.
A ordem de Jesus é difícil, insuportavelmente difícil, para quem tenta resistir a ela.
Mas para quem se submete voluntariamente, o jugo é suave e o fardo é leve”.