13 Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá.
Provérbios 23. 13, 14
14 Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura.
Essas são palavras mal compreendidas em diversas igrejas.
Devido a uma interpretação pobre e simplista, muitos pais justificam o erro na educação dos filhos fundamentados em uma leitura errada da palavra do Senhor.
Temos sempre que buscar a essência nos textos, aquilo que o Senhor realmente quis dizer com suas palavras.
O sentido de cada uma delas está ligado ao propósito que o autor definiu para elas.
É isso que temos que buscar nos versículos acima para não o corrompermos e injustiçarmos nossos filhos.
O Senhor não está dizendo para batermos sem medo em nossos filhos, nem para sermos violentos “se precisarmos”, nem para justificarmos nossa falta de paciência e amor na educação deles.
O que ele está dizendo é que precisamos educar, disciplinar, corrigir.
Como um Deus que sempre age com amor nos direcionaria ao uso da violência?
Deus corrige a quem ama, todavia, sempre com muito amor, graça, compaixão e bondade.
A misericórdia do Pai eterno se renova a cada dia e ela é a causa de não sermos consumidos.
Ele não deixa de nos corrigir, educar, levar-nos a um amadurecimento espiritual e à santidade que vem do Espírito.
Porém, tudo é sempre realizado sem violência e agressividade.
A psicóloga Ana Paula Henriques publicou um texto muito interessante neste tema:
Eu apanhei e não morri!
Quantas vezes escutamos essa frase! É tão comum que alguns adultos vejam a educação respeitosa como uma frescura. São esses adultos que defendem seu ponto de vista com a frase “Eu apanhei e não morri, sobrevivi”.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas enfrenta problemas no relacionamento com os pais! Não consegue dizer “eu te amo” olhando nos olhos e essa frieza dói tanto que respinga na relação com seus filhos.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas precisa curar sua infância na terapia. Sente que seria mais amoroso se tivesse recebido mais amor ao invés de tapas.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas se tornou uma pessoa violenta e explosiva com seu cônjuge e filhos.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas acha natural a violência e enxerga nela uma forma de educar.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas até hoje não sabe o que fazer com sentimentos de raiva e tristeza que possui.
Eu apanhei e não morri!
Não morreu, mas é inseguro, não acredita em si mesmo e não se aceita do jeito que é.
Eu apanhei e não morri!
Que sorte a sua! Você sabia que todos os anos no Brasil cerca de 7 mil crianças e adolescentes não têm essa mesma sorte? Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de até 19 anos foram mortos de forma violenta no nosso país.
O Brasil registra 673 casos de violência contra crianças de até 6 anos por dia, ou seja, 28 casos a cada hora. 84% dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas ou avós como suspeitos, segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Toda criança merece uma infância que não precisa ser curada mais tarde.
Não basta não morrer! Ninguém veio ao mundo só para ser um sobrevivente. Uma criança que apanha não deixa de amar os pais, deixa de amar a si mesma! É preciso acabar com a naturalização da violência contra a criança. Que sejamos agentes de transformação na sociedade.
Reflitamos nessas palavras para que tenhamos famílias saudáveis, fundamentadas no amor, edificadas na vontade do Pai eterno.
PESCA
Texto principal: Provérbios 23. 13, 14
Tema: Disciplina em amor
- À primeira vista, o texto de provérbios parece incentivar ou justificar a violência na educação dos filhos. Após ler o boletim, que reflexão você pode compartilhar com o grupo?
- Nos evangelhos, existem vários textos onde o Senhor está disciplinando pessoas que erraram, textos como Jo 21. 15-23 e Jo 8. 1-11. O que percebemos na forma de Jesus corrigir e disciplinar aqueles que pecaram ou falharam em algum aspecto?
- O que o texto de Mt 23. 37 nos ensina sobre a persistência, o amor e a disciplina quando aqueles que estão debaixo do nosso cuidado insistem na rebeldia?
- O que o texto de Is 1. 1-20 nos mostra sobre a disciplina divina? Deus está sendo autoritário ou demonstrando um caminho melhor e de vida no cumprimento da sua vontade?
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