A palavra de Deus deixa muito claro que a salvação é um dom gratuito que recebemos do Senhor. Não a recebemos por méritos nossos, mas somente pela graça divina.
Esta semana li esta frase:
“A salvação não é uma recompensa para justos, mas um presente para culpados”.
Steven Lawson
Ou seja, a salvação é um presente imerecido que pecadores que caminhavam para o inferno receberam de Deus por meio de Jesus Cristo. É o maior de todos os presentes que podemos receber! Nada neste mundo é maior que este presente. Não há um ser humano justo em si mesmo e que não esteja a caminho da perdição eterna, mas Deus nos ama e providenciou para nós o caminho de salvação fundamentado no seu amor, na sua graça em Jesus Cristo.
Por outro lado, o chamado de Cristo para estarmos com ele traz implicações profundas para as nossas vidas. Recebemos uma salvação que não merecemos, mas agora, já estando com o Senhor, pagaremos um preço. Não há custo para nos tornarmos discípulos de Jesus, mas, se realmente nos tornamos seus discípulos, pagaremos, por amor, um preço sim.
Se realmente nos tornamos discípulos de Cristo por causa da sua graça, pagaremos um preço por andarmos com ele e nos sujeitarmos ao seu senhorio.
No evangelho de Marcos, lemos:
“Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu”.
Mc 2.14
Levi, uma pessoa como nós, um pecador a caminho do inferno, foi chamado por Cristo para estar com ele. Isso é graça, amor, compaixão. Levi não merecia aquele convite para caminhar com o Senhor e estar com ele, mas Jesus o chamou para se tornar seu amigo, para sempre. O convite para nos tornarmos seguidores do Senhor e libertos do inferno é gratuito, é graça pura!
Por outro lado, Levi, após ser chamado, teve que se levantar e deixar algumas coisas para trás. Ou seja, ele foi recebido pela graça para se tornar um discípulo, mas, agora por ser um discípulo, um preço seria pago. A graça não anula a nossa responsabilidade como discípulos de Cristo.
Todo discipulado real com Cristo traz consigo um preço para aqueles que foram convidados a segui-lo.
Vive-se hoje nas igrejas um discipulado barato (como já dizia no século passado o pastor e teólogo Dietrich Bonhoeffer). Cristãos afirmam ser discípulos de Jesus, mas não estão dispostos a, como Levi, deixar coisas da velha vida para trás. Não desejam enfrentar dificuldades para permanecerem fiéis ao Senhor e cumprir a sua vontade. Querem ser crentes sem serem incomodados em seus planos e agendas.
Somos salvos pela graça, por meio da fé em Cristo. Isso não vem de nós, mas somente do amor divino. Entretanto, isso não é desculpa para vivermos um cristianismo superficial, descomprometido e mundano.
Não podemos afirmar ser discípulos de Cristo e não sermos comprometidos com a sua palavra, a Bíblia. Ser “crente” sem ter sede da verdade divina, sem buscar conhecer a Palavra Eterna, é viver um discipulado barato e falso.
Não somos salvos porque lemos a Bíblia, mas ler e estudar a palavra de Deus é algo esperado na vida dos verdadeiros discípulos do Senhor.
Não somos salvos por igrejas. Nenhuma igreja, denominação ou linha teológica pode nos salvar. Somos salvos pela graça divina somente. Todavia, afirmarmos que somos discípulos de Jesus e não nos mantermos profundamente conectados ao corpo de Cristo, à igreja visível, demonstra que vivemos um discipulado barato, fútil e hipócrita. Sim, existe um preço, pois não é fácil estarmos conectados uns aos outros. Não é fácil aceitarmos os outros como eles são, perdoá-los pelas suas agressões, trabalharmos juntos na obra do Senhor e permanecermos ao seu lado em suas lutas, perdas e vitórias. O preço existe sim, mas apenas para aqueles que realmente já foram salvos e aceitaram viver o discipulado custoso que recebemos do Senhor.
O discipulado barato vivido por muitos crentes hoje é descomprometido, não se importa com a igreja local e com os irmãos na fé. É egoísta, não perdoa, não se envolve e não paga preço algum para abençoar a comunidade da fé.
O discipulado verdadeiro e custoso nos leva a um comprometimento profundo com a missão da igreja. O discipulado barato nos direciona a ir na igreja somente para recebermos bênçãos, principalmente materiais e que sejam para hoje. O discipulado custoso, daqueles que amam a Cristo, nos leva a igreja para sermos treinados, capacitados e enviados ao mundo para fazermos mais discípulos para o Senhor. O discipulado real e custoso não foca no material e no hoje, mas na eternidade e na vontade do Senhor. Enquanto o discipulado barato dos pseudocristãos não agride a nossa agenda pessoal, o discipulado custoso dos verdadeiros cristãos prioriza a agenda do reino de Deus.
O discipulado barato não nos leva a investir tempo e dinheiro na missão, no evangelismo e no resgate de vidas e famílias, pois aqueles que o praticam estão preocupados apenas com suas vontades, desejos, planos, bens e dinheiro.
O discipulado barato nos leva a viver como pessoas comuns do mundo. Ele não muda nossos valores, prioridades, pensamentos, filosofia política, casamento, vida sexual, enfim, tudo continua como antes, como a vida de qualquer pessoa do mundo é vivida. Já o discipulado custoso, que se preocupa em agradar e servir ao Senhor, leva-nos a buscarmos uma vida de santidade. Esta busca séria pela santidade nos faz abrir mão de pensamentos, filosofias, antigas prioridades da vida, comportamentos e desejos da carne. É custoso sim, mas é feito como uma resposta de amor por aqueles que entenderam que foram libertos do pecado, do diabo e do inferno por meio de Cristo Jesus.
O discipulado custoso dos seguidores de Cristo nos torna pessoas que contradizem a cultura e as filosofias do mundo em tudo aquilo que são contrárias à palavra de Deus.
Precisamos pensar seriamente e analisar a nossa fé. Somos tentados a viver o discipulado barato da religiosidade morta, da fé daqueles que acham que caminham para o céu e continuam indo para o inferno, do pseudocristianismo descomprometido com a igreja e com a sua missão. A verdadeira fé, aquela que salva, é custosa. Não pagamos nada quando recebemos a salvação, mas, se a recebemos, pagaremos um preço por amar a Cristo, a sua obra e o nosso próximo. Pagaremos um preço real e custoso também para alcançar os perdidos espalhados pela face da terra.
O discipulado dos verdadeiros discípulos de Cristo é custoso, mas traz satisfação e alegria incomparáveis que o mundo não conhece nem pode nos dar.
O verdadeiro discipulado é custoso. Ele exige de cada um que crê e foi salvo uma nova vida dedicada à Cristo, ao seu povo e a sua missão no mundo. Que tipo de discipulado você tem vivido hoje, o barato e falso ou o custoso e real?
PESCA
Tema: Discipulado custoso
Texto bíblico: Mc 2.13,14
- Como a frase de Steven Lawson (no texto do boletim) se encaixa para Levi e para as nossas vidas?
- A frase “todo discipulado real com Cristo traz consigo um preço para aqueles que foram convidados a segui-lo” aparece no boletim. Como ela se relaciona à Levi? E com a nossa vida?
- E a frase “não somos salvos porque lemos a Bíblia, mas ler e estudar a palavra de Deus é algo esperado na vida dos verdadeiros discípulos do Senhor”, como ela se relaciona a vida de Levi e à nossa hoje?
- Levi, quando decidiu seguir Jesus, não decidiu estar somente com ele, mas com todos os seus seguidores também. O que podemos aprender com isso? O que o texto do boletim nos ensina sobre isso?
- O texto do boletim ainda apresenta dois desafios que Levi enfrentaria ao decidir seguir Jesus. Que desafios são estes e como eles nos afetam também?
Deixe seu comentário: