Na história existe um grupo de pessoas que tem sido injustiçado desde o princípio: as mulheres.
Deus já havia avisado Eva que, devido ao seu pecado e de seu esposo, ela seria subjugada pelo seu cônjuge (Gn 3. 16).
Essas palavras do Senhor não foram apenas para Eva, mas para todas as mulheres.
O desejo da mulher seria para seu esposo, ou seja, devido à força do homem e o domínio do pecado sobre ele, ela seria forçadamente submetida a ele.
A comunhão, a transparência, o respeito, a intimidade e a complementaridade que haviam sido criados para experimentar um com o outro (Gn 2. 21-24) foi destruída com a chegada do pecado em suas vidas.
Agora, estando o homem e a mulher debaixo da escravidão do pecado, as mulheres seriam dominadas pelos homens por toda a história.
Algumas verdades muito importantes que foram esquecidas ou distorcidas por nós devem ser resgatadas em nossas vidas e igrejas:
Quando Deus disse tais palavras para Eva, ele não estava revelando sua vontade, plano, desejo ou mandamento para a mulher. Pelo contrário, estava revelando uma das consequências trágicas do pecado em nossas vidas, algo totalmente oposto ao seu querer.
As palavras para Eva não são o modelo divino para relacionamentos homem-mulher, esposo-esposa. Na verdade, revelam exatamente o que Deus abomina em um relacionamento conjugal ou na forma que os homens vêm tratando as mulheres na história.
Mesmo os heróis da fé falharam no trato com suas esposas e mulheres de forma geral, fracassaram no respeito e no amor devido a elas segundo a vontade do Criador.
Abraão, por exemplo, falhou como todos os outros.
Em uma certa situação de fome na terra onde estava, decidiu descer com sua esposa para o Egito.
Por Sara, sua esposa, ser belíssima e por saber que os egípcios a desejariam e poderiam matá-lo para a possuírem, fez com que sua esposa participasse de uma grande mentira: esconder que era sua esposa (Gn 12. 10-20).
Ao fazerem isso, segundo os planos de Abraão, Sara acabou se sujeitando a dormir com o Faraó.
Toda essa humilhação, sofrimento e desprezo para Abraão foram justificáveis, pois lhe foram dados bens.
Mas e toda a injustiça com Sara?
O pecado é tão forte em nós que já vi crentes, até pastores, tentando justificar a decisão de Abraão.
Dizem: “Eles realmente eram meio irmãos”; ou “naquela situação foi necessário”; ou ainda, “isso era comum naqueles dias, naquelas culturas”.
Tudo conversa fiada alimentada pelo pecado, geralmente defendida por nós, homens, os opressores.
Serem de fato meio irmãos não anula o fato de serem marido e mulher.
Não existem meias verdades, pelo contrário, o nome disso é mentira.
Dizer que foi necessária aquela mentira é ir contra a palavra de Deus, pois ela se opõe a mentira em todas as circunstâncias.
Afirmar que tal atitude era comum naquelas culturas é colocar a cultura acima da vontade e da verdade eterna do Criador.
Assumamos: Abraão errou!
É triste como Abraão planejou para sua vida, conforto, enriquecimento e glória a custo do sofrimento, humilhação, dor e desprezo da esposa.
É assim que vem acontecendo no passar da história: as mulheres têm sido subjugadas de diversas formas.
Esse fato é tão forte em nós que chega ao ponto de muitas mulheres buscarem justificar a opressão masculina.
Aceitam a consequência do pecado como se fosse o melhor para suas vidas.
Sem perceber, temem se colocarem contrárias ao status quo.
Fazem como Sara, aceitam a humilhação, a dor e o desprezo como se não houvesse algo melhor.
Mesmo nas igrejas, se formos honestos, veremos tal opressão entre nós.
Geramos até teologias para justificar esse erro!
Chega de seguirmos o pecado.
Voltemos para a vontade de Deus e vençamos o pecado em Cristo Jesus.
PESCA
Textos: Gênesis 2. 21-25; 3. 16; 12. 10-20.
Tema: Homens e mulheres
Observação: Utilize o artigo do boletim para auxiliar na reflexão das perguntas.
21 Então, o Senhor Deus fez o homem cair em um sono profundo e, enquanto este dormia, tirou‑lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. 22 Da costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele. 23 Então, o homem disse:
“Esta, por fim, é osso dos meus ossos
e carne da minha carne!Ela será chamada ‘mulher’,
porque do homem foi tirada”.24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
25 O homem e a sua mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.
Gênesis 2. 21-25
16 À mulher, ele declarou:
“Multiplicarei intensamente as suas dores de parto;
com dores você dará à luz filhos.O seu desejo será contra o seu marido,
Gênesis 3. 16
mas ele a dominará”.
Abrão no Egito
10 Houve fome naquela terra, e Abrão desceu ao Egito para viver ali algum tempo, pois a fome era severa. 11 Quando estava perto de entrar no Egito, disse a Sarai, a sua mulher:
― Eu sei bem quanto você é bonita. 12 Quando os egípcios a virem, dirão: “Esta é a mulher dele” e me matarão, mas deixarão você viva. 13 Então, por favor, diga que é minha irmã, para que me tratem bem por amor a você e a minha vida seja poupada.
14 Quando Abrão chegou ao Egito, os egípcios viram que Sarai era uma mulher muito bonita. 15 Ao vê‑la, os oficiais do faraó a elogiaram diante do faraó, e ela foi levada ao palácio dele. 16 Por causa dela, Abrão foi bem tratado e recebeu ovelhas e bois, jumentos e jumentas, servos e servas, e camelos.
17 Contudo, por causa de Sarai, mulher de Abrão, o Senhor puniu o faraó e a casa dele com graves pragas. 18 Por isso, o faraó chamou Abrão e disse:
― O que você fez comigo? Por que não me falou que ela era a sua mulher? 19 Por que disse que era a sua irmã? Foi por isso que eu a tomei para ser a minha mulher. Aqui está ela! Tome a sua mulher e vá embora! 20 O faraó deu ordens aos seus homens sobre Abrão, e eles o expulsaram com a sua esposa e com tudo o que possuía.
Gênesis 12. 10-20
- Que tipos de erros podemos acabar cometendo quando compreendemos Gn 3. 16 como vontade de Deus e não como uma consequência do pecado? Que tipo de erros essa teologia doentia pode encobrir e falsamente justificar hoje?
- Em Gn 2. 21-25, vemos que o homem e a mulher foram criados para viver em comunhão, transparência, respeito e complementaridade. O que cada um desses significa e como foram perdidos com a chegada do pecado?
- O que a história de Abraão e Sara em Gn 12. 10-20 tem a nos ensinar sobre o relacionamento homem e mulher? Como essa história tem se repetido hoje com outras formas e máscaras culturais e religiosas?
- Qual deve ser a nossa postura, como homens e mulheres de Deus, diante disso hoje?
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