A cruz e a humilhação que dela vem parecem estar em oposição à ressurreição e à sua glória.
Esse paradoxo está presente em Jesus, nosso eterno Senhor e Salvador.
Jesus, sendo o Filho eterno do Pai, é Deus que se humilha para a nossa salvação; e o Filho, sendo o homem Jesus de Nazaré, é a humanidade curada, liberta e exaltada acima de todos os seus inimigos.
Jesus Cristo, o ressurreto, é e sempre será, nos céus e na terra, a humanidade exaltada e o Deus crucificado.
Pensarmos em um Deus onipotente crucificado parece ferir nossos conceitos de poder e soberania.
Todavia, devemos reconhecer que a onipotência divina é apresentada na cruz não como uma forma abstrata de poder; antes, como a onipotência perfeita de Deus que pode assumir também a forma de fraqueza e humilhação.
Na humilhação, Deus não deixa de manifestar sua glória, porém, essa não é a glória do mundo; pelo contrário, é a incomparável e inimaginável glória do Eterno.
Deus triunfou em Cristo, entretanto, não foi por um ato majestoso de um poder vazio que forçasse seus inimigos a recuarem.
Ele os venceu pelo grandioso poder da sua graça e amor.
O Senhor revelou na cruz o seu poder como sendo o poder do Santo Deus.
Portanto, a ressurreição não foi o momento em que ele se tornou exaltado; não obstante, foi o momento em que se tornou manifesta a nós a sua glória.
A onipotência da Santa Trindade não se assemelha aos conceitos seculares de poder e soberania.
Deus é santo e, por isso, seu poder é santo, infinitamente separado de qualquer conceito filosófico, político ou social de poder.
Ele o manifesta por meio da sua maravilhosa graça que nasce do seu perfeito e eterno amor.
Deus revelou a sua glória na humilhação, seu pleno poder na fraqueza, sua vida perfeita e eterna na morte.
Deus, na encarnação do Filho, desceu até nós para que pudéssemos subir até ele e em sua magnífica presença permanecermos eternamente.
Jesus Cristo, o homem, é a humanidade curada, liberta e glorificada.
Por meio dele e da sua obra de redenção, fomos elevados à posição de filhos do Altíssimo.
A maior de todas as obras do Ressurreto é ter nos feito filhos de Deus por meio da fé nele, o Cordeiro de Deus.
Por termos sido feitos filhos do Criador em Cristo, fomos também justificados diante do Pai, estamos sendo santificados pelo Espírito e seremos glorificados no Filho.
Se, por meio da fé em Cristo, somos filhos de Deus, nossas ações agora devem refletir a nossa filiação.
O poder da ressurreição do Senhor, quando nos alcança, transforma-nos em verdadeiros adoradores, homens e mulheres apaixonados por Deus, que buscam agradá-lo, honrá-lo e servi-lo com dedicação, cheios de gratidão e transbordantes de amor.
Ao olharmos para o Cristo morto e ressurreto, deparamo-nos com a verdadeira humanidade, aquela que foi planejada eternamente para todos nós, aquela que é nascida, vivida, morta e ressurreta no Espírito Santo; é a humanidade perfeitamente consagrada a Deus.
A humanidade que reflete cabalmente a imagem divina não foi gerada no Éden, mas em Belém, no pequeno menino que descansou numa manjedoura.
Jesus demonstrou – em seus atos, palavras, prioridades e relacionamentos – o que é ser imagem e semelhança do Pai Eterno.
Adão e Eva só foram feitos imagem e semelhança divina no sentido que foram criados segundo o homem de Nazaré que, historicamente, viria após eles.
Somente no homem Jesus a busca divina por verdadeiros adoradores se satisfez.
Ele é o único verdadeiro adorador em si mesmo.
Nós, por outro lado, podemos nos tornar adoradores também se nos tornarmos, pela fé, um com o Ressurreto.
Concluindo, podemos dizer que:
- No Cristo crucificado, vemos Deus humilhado por nos amar, para o nosso bem eterno;
- No Jesus ressurreto, vemos uma humanidade curada, liberta e exaltada eternamente;
- Por fé em Jesus Cristo, morto e ressurreto, somos feitos filhos de Deus.
Vivamos, portanto, como filhos do Criador, como adoradores vivificados pelo Espírito do Filho para a glória do Pai.
PESCA
Tema: Humilhação e exaltação (Ensino)
Para reflexão:
- Qual é a relação entre o texto de Fp 2.5-11 e o segundo parágrafo do artigo? Que lição você tira desse parágrafo?
- Como o 3º, o 4º e o 5º parágrafos do artigo se relacionam a Fp 2.5-8?
- O nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus fazem parte da sua obra redentora. Que mudança grandiosa e eterna ela traz para a nossa existência? (para responder, leia o 6º parágrafo do artigo e Jo 1.10-12).
- Leia do 7º parágrafo ao fim do artigo e responda:
- Para onde devemos olhar para encontrarmos a verdadeira e plena humanidade?
- Como vivem aqueles que são filhos de Deus, adoradores do Eterno?
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