“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”
João 8. 12
Essas são palavras do Senhor Jesus.
Ele se apresenta a nós como sendo a luz do mundo.
O apóstolo João, no início do seu evangelho, já havia apresentado Jesus como a Luz que sempre prevalece contra as trevas, aquele que daria um fim a todas as trevas que ainda existem (João 1. 5).
Normalmente associamos estas palavras com a libertação de todas as trevas “mais distantes”, como a opressão e obras demoníacas, as enfermidades, a injustiça em todas as suas formas, o sofrimento e a morte.
Sim, ele acabará com todas essas formas de trevas.
Nenhuma delas prevalecerá quando a Luz Eterna vier pela segunda vez, desta vez com seu brilho perfeito, intenso, para acabar definitivamente com todos esses inimigos nossos.
Quando o Senhor Jesus retornar em glória, todas elas se desfarão e deixarão de exercer qualquer tipo de influência em nossas vidas ou na criação da Santíssima Trindade.
Todavia, geralmente esquecemos das trevas que carregamos em nosso interior mais profundo e íntimo.
Aquelas que nem gostamos de lembrar que existem, que fazem parte de quem somos hoje.
Delas fugimos e tentamos esconder até de nós mesmos que elas estão em nosso inconsciente, no quarto mais escuro de nossa alma.
Jesus Cristo, a Luz divina, veio ao mundo para nos libertar também das trevas que estão em nós, em nosso interior mais secreto.
Aquele interior sombrio que nos envergonha até de nós mesmos quando temos algum contato com ele, seja por meio de pensamentos inapropriados, desejos lascivos, atitudes inaceitáveis (seja para nós, para a sociedade ou para aqueles que prestamos contas), enfim, coisas que abominamos, mas estão em nós.
Carregamos essas coisas dentro de nós, esses monstros que existem em nossa escuridão.
Alguns deles foram trabalhados em nossa educação, todavia, nenhuma forma de educação nos livra deles.
Eles apenas ficam dormentes e escondidos nas sombras de nossa alma.
Continuamos os carregando conosco e, quando a oportunidade aparece, eles se manifestam e nos conduzem a comportamentos inadequados, pecaminosos, vergonhosos.
A educação – seja ela familiar, social ou religiosa – apenas reprime tais monstros sombrios.
É necessário algo muito maior que nós ou nossos métodos humanos para acabar com as trevas que estão em nós.
Essa sombra em nossa alma costuma vir à tona em momentos que somos pressionados de alguma forma.
Seja por uma pressão de pessoas, de situações difíceis da vida, ou em momentos que nossos desejos estão muito fortes, os monstros das sombras que existem em nós saem dos seus esconderijos e tentam, de todas as formas, assumir o controle e conduzir-nos por caminhos que, no momento, parecem ser o melhor ou a única opção, mas geralmente acabam sendo destrutivos, reprováveis e vexaminosos.
Um erro é fingirmos que não temos esse lado sombrio.
Todo ser humano possui essa sombra em sua alma.
Mas é impressionante como a grande maioria prefere ignorar, pensar que isso não é real ou que “eu não sou assim, não tenho tanto mal dentro de mim”.
Vivem fugindo da enfermidade de sua alma quando, na verdade, o primeiro passo para a cura é reconhecer a sua doença, o seu limite.
É fato que muitas vezes que reagimos de forma exagerada diante do comportamento de alguma pessoa, criticando-a por tal atitude repreensível, na verdade estamos tentando esconder o monstro que temos em nós mesmos.
Ou seja, a atitude daquela pessoa, o monstro que a conduziu àquele comportamento também existe dentro de nós, mas, por não querermos assumir nossa imundícia, não querermos ver as trevas que estão em nosso interior, agimos com brutalidade para desviarmos o olhar de nós mesmos.
Ao invés de “nos agredirmos”, preferimos ver outros sendo agredidos.
No fundo, sabemos que somos também culpados.
Para entrarmos em um processo de libertação de todas as nossas trevas interiores precisamos saber de algumas coisas e levá-las muito a sério:
- Se não assumirmos nossas trevas, não seremos curados. A soberba e a indiferença nos prendem às nossas sombras, impedindo a cura.
- Só Jesus Cristo, a verdadeira Luz, pode nos libertar de todas as trevas.
- Não precisamos fingir que somos melhores do que realmente somos. Jesus nos ama mesmo com as nossas trevas. É assim que nos recebe para, então, nos libertar.
Entregue-se completamente hoje à Luz do mundo.
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