A batalha espiritual na missão

A batalha espiritual na missão

Certo dia, Jesus libertou uma pessoa de um demônio que a emudecia e, ao sair tal demônio, tal pessoa passou a falar normalmente. Alguns que ali estavam passaram a acusar o Senhor de agir em nome do Diabo (Lc 11.14-28).

Em resposta a esta atitude, Jesus os disse que nem mesmo o reino de Satanás está dividido contra si mesmo. Se ele estivesse à serviço do Maligno, certamente não estaria lutando contra as estratégias e poderes das trevas. Mas viam com seus próprios olhos pessoas sendo libertas das cadeias malignas, ou seja, o prometido Reino dos Céus havia chegado na Terra com o seu poder e autoridade na pessoa do Cristo.

O Senhor também explicou que, até então, o Diabo vinha reinando sobre a vida das pessoas, mas que agora, com a chegada do Salvador, tudo já estava começando a mudar. O Diabo, até então, apresentava-se como um valente e poderoso que exercia um grande controle sobre vidas e sociedade, mas agora havia chegado alguém infinitamente mais poderoso e valente do que ele, o próprio Filho de Deus, o qual acabaria com o poder e todo o controle do opressor da humanidade e da criação.

Jesus deixa bem claro que ele e o seu povo estão em guerra espiritual e que não existem as opções da indiferença ou falta de atitude contra o reino das trevas. Existem só dois lados, duas opções. Ele diz:

“Aquele que não está comigo é contra mim, e aquele que comigo não ajunta espalha”.

Lc 11.23

Nós, povo de Deus, temos que estar cientes de que estamos em guerra espiritual. Aquilo que acontece no mundo espiritual reflete em nosso mundo físico, e aquilo que acontece aqui, reflete no mundo espiritual.

Nenhuma palavra ou atitude nossa é vazia, sem significado ou implicações. Tudo está ligado e interfere, de forma direta ou indireta, na vida de muitos.

O Senhor, na sequência, deixa-nos palavras que nos dão um direcionamento importante para que cumpramos o nosso ministério de forma efetiva. Ele afirma:

“Quando um espírito imundo sai de uma pessoa, passa por lugares áridos procurando descanso e, não o encontrando, diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Quando chega, encontra a casa varrida e em ordem. Então vai e traz outros sete espíritos piores do que ele, e entrando passam a viver ali. No fim, o estado de tal pessoa torna-se pior do que o primeiro”.

Lc 11. 24-26

O que isso nos ensina? Ao libertarmos qualquer pessoa de suas opressões, devemos levar o nosso trabalho de servos do Reino de Deus até o fim. Ou seja, não basta libertarmos as pessoas dos demônios que as escravizam e oprimem hoje. Temos que conduzi-las ao Senhor, para que se entreguem a ele, submetam-se a Cristo por amor e gratidão, pois assim passarão a ser habitadas para sempre pelo Espírito Santo.

Uma vez que alguém é habitado pelo Espírito do Senhor, nunca mais será morada de demônios!

São muitos que procuram por socorro nas igrejas quando algo em suas vidas vai de mal a pior. Sejam problemas conjugais, filhos que passaram a usar drogas, problemas emocionais ou crises de identidade pessoal são exemplos de situações que levam muitos a procurarem socorro nas igrejas. Temos que ser bênção, instrumentos do Reino de Deus na vida delas.

Mas você pode me perguntar: “Pastor, mas como tudo isso se relaciona a demônios? ” Como já foi dito anteriormente, tudo no mundo físico está ligado ao mundo espiritual e vice-versa.

Não podemos espiritualizar todos os nossos problemas como se o Diabo fosse o culpado por tudo, como se tudo tivesse uma origem no mundo espiritual. Entretanto, não podemos negar que ele sempre tenta se aproveitar das situações que enfrentamos na vida para trazer mais sofrimento e ampliar o seu domínio sobre indivíduos, famílias, povos e nações inteiras.

Ao auxiliarmos pessoas no processo de libertação – seja uma libertação espiritual direta (uma ação em nome de Cristo para expulsar demônios da vida de alguém) ou uma libertação de comportamentos ou situações que trazem sofrimento, dor e algum tipo de opressão – devemos, sempre que possível, conduzi-las a Cristo, pois assim evitaremos um estado pior delas no futuro próximo.

Como vimos, Jesus afirma que o demônio que foi expulso não encontra paz enquanto não voltar e habitar na vida daquele que antes era sua morada. Diz também que ele volta com outros sete mais fortes que ele. O Senhor está dizendo que os demônios não são seres idiotas, pelo contrário, uma vez que foram expulsos dali, ao voltarem tentarão garantir que nunca mais serão expulsos. Eles não voltarão sozinhos, mas encherão aquela vida de demônios muito mais poderosos e que trarão sofrimento e opressão muito mais intensos e profundos àquela pessoa.

Estamos em batalha espiritual todos os dias, o tempo todo, e em todos os lugares. O mundo precisa ser liberto e só em Cristo Jesus as pessoas podem ser verdadeiramente libertas de todo mal e opressão. Temos que ser agentes de vida, cura, justiça e libertação de pessoas e da sociedade, entretanto, se não levarmos pessoas aos pés do Senhor, nosso trabalho será superficial, temporário e ineficaz para mudar o destino eterno de cada vida que tocamos. Atos de compaixão e justiça caminham juntos com o anúncio da salvação em Cristo no Reino de Deus.

Façamos a nossa parte como povo de Deus, com ousadia, estratégia, dedicação e com a alegria da salvação renovada em nossos corações e mentes todos os dias. Cada um de nós tem dons e habilidades e, se agirmos juntos, em comunhão, poderemos assaltar o inferno e salvar muitas vidas no poder do Espírito.

Que o Senhor seja exaltado em nossas vidas e igreja, hoje e sempre. Amém.

PESCA

Tema: A batalha espiritual na missão

Texto: Lc 11.14-28

  1. Como a igreja deve se comportar diante da batalha espiritual existente de forma tão clara hoje em todos os lugares? Qual deve ser a atitude de cada crente?
  2. Existe a possibilidade de ignorarmos tal batalha espiritual, vivermos nossa vidinha diária como se nada estivesse acontecendo ao nosso redor?
  3. Como nossas ações e palavras podem interferir no mundo espiritual e afetar outras vidas?
  4. Todos os nossos problemas têm a origem no mundo espiritual? O Diabo é sempre o culpado? Como ele utiliza os nossos problemas para interferir em nossas vidas e relacionamentos?
  5. De acordo com esse texto bíblico, por que é importante sempre conduzirmos outros ao Senhor Jesus?