Quando um cristão pensa no Criador, ele pensa no Triúno, aquele que é um único Deus, mas é formado por três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Quando vamos para as Escrituras Sagradas, o Pai se revela comumente como aquele que está infinitamente acima do ser humano e de todas as criaturas do mundo físico e espiritual.
O Espírito, como aquele que hoje habita em todos cristãos autênticos e que convence o mundo ímpio do seu pecado, culpa e necessidade de render-se ao Senhor.
O Filho, como aquele que, mesmo sendo Deus com o Pai e o Espírito, veio a nós, tornando-se um de nós, por nos amar, para a nossa salvação nele.
Se o Natal não houvesse acontecido, o Filho de Deus vindo ao mundo como um de nós, tudo que disséssemos sobre o Criador seria vão, fruto de uma reflexão limitada às verdades terrenas, sem fundamentos confiáveis.
Isso é fato, pois a realidade divina é completamente diferente de tudo que conhecemos, imaginamos ou concluímos pelas nossas reflexões e filosofias.
Jesus Cristo é Deus conosco, a perfeita revelação do Filho de Deus.
Não existe uma revelação especial e direta do Pai, nem do Espírito.
Mas do Filho sim, no pequenino bebê que nasceu em Belém e descansou, frágil, em uma manjedoura.
É importante sabermos que a revelação do Filho é completa no que se refere à revelação do Triúno Deus, pois, revelando a si mesmo, o Filho revela também o Pai e o Espírito.
Quem olha para Jesus Cristo, o Filho, vê ao mesmo tempo, o Filho, o Pai e o Espírito.
Além do Natal ser importante para revelar o Criador para toda a criação, é na vinda do Filho que podemos descobrir a nossa verdadeira identidade, o que significa sermos humanos, criados segundo a imagem e semelhança do Criador.
Nossa humanidade está toda desfigurada por causa do pecado.
Não conseguimos nem mesmo compreender o que significa “sermos humanos”.
Confusos em nossas mentes e corações por causa do pecado enraizado em nossa natureza, perdemo-nos em nossas definições e parâmetros de identidade.
Não sabemos quem somos, para que fomos criados e como viver de forma realmente humana.
Tudo que temos são conceitos inanes, pensamentos relativos, limitados às culturas e momentos históricos.
Somente em Jesus podemos realmente descobrir quem Deus é e quem somos, o significado verdadeiro das palavras quando afirmamos: somos seres humanos; fomos criados segundo a imagem divina.
O Natal também nos possibilitou vermos a nossa real miséria, culpa, pecado e desespero.
O Filho veio como um de nós para nos mostrar que precisamos nos achegar a Deus por meio dele, pois só assim todos os nossos inimigos e realidades destrutivas são por ele absorvidas e vencidas na sua vida de santidade diante do Pai.
Não conseguimos ver toda a nossa podridão por nós mesmos, muito menos nos livrar dela.
Deus precisava vir até nós, como um de nós, para que pudéssemos estar eternamente ao seu lado e, assim, provarmos do seu amor perfeito e da sua justiça como filhos amados.
O Natal é um grito de amor divino para que abandonemos todos os falsos deuses que criamos. Os deuses das religiões e filosofias não são revelações nem manifestações diferentes do mesmo Criador. São mentiras e armadilhas que escravizam e destroem aos seus adoradores. É de Belém que chega a nós o grito de amor que nos leva ao Deus único.
O Natal revela que Deus se importa conosco a ponto de vir, fazer-se humano e provar da nossa pequenez, dor, sofrimento e morte para o nosso bem.
É tempo de vermos na manjedoura a nossa salvação e o amor divino.
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