O Natal e o Pai

O Natal e o Pai

“Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai; ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar”

Mateus 11. 27

Deus Pai é um mistério imperscrutável.

Ninguém jamais o viu ou pode compreendê-lo, explicá-lo ou chegar a ele por si só ou por qualquer método, tecnologia ou conhecimento que existe ou existirá neste mundo.

A palavra de Deus afirma que “ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o revelou” (Jo 1.18).

Ou seja, dependemos da encarnação do Filho para que possamos conhecer o Pai.

Jesus Cristo, a encarnação do Filho de Deus, é para toda a criação, tanto no mundo físico como no espiritual, a revelação do Pai.

Se desejamos conhecer o Pai, devemos olhar para o Filho.

Jesus declarou de forma clara essa verdade aos seus discípulos.

Ele lhes disse que se o conhecessem realmente, conheceriam também ao Pai.

Disse-lhes também que aqueles que o viam, viam também ao Pai (Jo 14.7-9).

O Filho, que veio a nós no primeiro Natal, é a revelação perfeita do Pai.
Jesus o revela não somente por meio dos seus ensinamentos, daquilo que fala do Pai.
É muito mais profundo do que isso.
Ele o revela também em tudo que faz, pensa, prioriza, planeja e é em si mesmo.

O apóstolo Paulo também traz à tona esta verdade.

Ele afirma que Jesus Cristo, a encarnação do Filho de Deus, é a imagem perfeita do Deus invisível, o Pai (Cl 1.15).

Todo o mistério divino é desvendado no homem de Nazaré, aquele que nasceu de uma virgem, viveu de forma santa, entregou-se por amor em um ato de obediência, morreu em uma cruz, mas, ao terceiro dia, ressuscitou vencendo para sempre a morte, o pecado e o Diabo.

O Pai não nos é um mistério porque ele deseja que seja assim.

Pelo contrário, ele é um Deus amoroso que quer ser conhecido por todos, em todos os lugares, por todos povos e culturas.

Na verdade, ele está conosco sempre, pois, afinal, todas as coisas nele existem.

“Nele vivemos, movemo-nos e existimos”

Atos 17. 28

Então, por que não podemos o ver, compreender, explicar ou nos achegarmos a ele por nós mesmos?

Isso acontece porque o Pai transcende infinitamente tudo que somos, tudo que existe e há em sua criação.

Nossos olhos não conseguem o ver, mesmo ele estando conosco; não conseguimos ouvi-lo, mesmo que sua amorosa voz esteja sempre ministrando aos nossos corações; não conseguimos senti-lo, mesmo que nos carregue em seus braços quando estamos fracos.

Por isso, desde antes da fundação do mundo, mesmo antes do pecado acontecer, o Filho já tinha escolhido vir até nós para nos revelar o Eterno Pai de amor.

O Pai, no passado eterno, já havia escolhido transpor as barreiras entre nós e ele, apresentar-se a nós de uma forma que nos fosse assimilável, compreensível, real aos nossos sentidos de criaturas pequenas, frágeis e limitadas.

Isso tudo se tornou real no primeiro Natal quando o seu Filho unigênito veio a nós, como um de nós, para nos revelar de forma perfeita quem o Pai realmente é.

Veja a grandeza dessa verdade.

Jesus veio sim para nos salvar, no entanto, a maior razão de todas é que ele veio para que pudéssemos conhecer o Pai e provar do seu amor por nós.

O Pai, em Cristo, convida-nos para participarmos do amor perfeito que há no seio da Trindade Excelsa.
Quer nos fazer mais do que criaturas apenas, quer nos receber como filhos que o conhecem e experimentam dele por meio do seu eterno mediador, o ressurreto e glorificado Jesus Cristo.

Forcemos um pouco e imaginemos que o pecado não tivesse acontecido, que Adão e Eva e todos nós, seus descendentes, não tivéssemos nos rebelado contra Deus.

Não existiria o pecado nem suas consequências no mundo.

Podemos questionar aqui: Jesus, então, não viria ao mundo? Afinal, não haveria ninguém para salvar, nenhum pecador!

É isso? Não, não é.

Ele viria mesmo assim!

Não seria recebido com agressividade, rebeldia nem resistência.

Pelo contrário, seria recebido com júbilo, glória e alegria.

Mas por que ele viria nesse caso?

Viria para nos revelar o Pai, desvendar-nos o mistério do Criador e convidar-nos para a comunhão mais profunda que o Pai deseja ter conosco.

Não a boa comunhão que pode haver entre ele e criaturas sem pecado apenas, mas para uma profunda comunhão de amor entre ele, o Pai, e nós como filhos que o amam e o conhecem sem mistério algum.

Natal é tempo de nos lembrarmos que temos um Pai eterno que nos ama, importa-se conosco e que deseja que estejamos sempre perto dele, com coração e mente.

Guarde estas verdades sempre com você.

Lembre-se disso no Natal.