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O sacramento eterno e divino

O sacramento eterno e divino

Precisamos ter a fé de Simeão.

Na apresentação do menino Jesus diante de Deus, tomou-o nos braços e reconheceu que, embora seus olhos da carne vissem um menino como outro qualquer em sua fragilidade e humanidade, seus olhos da fé viram nele o Salvador, o Senhor da Glória (Lc 2. 21-35).

O teólogo Brunner afirma que

“a revelação de Deus significa que Deus tornou-se realmente homem, escondeu-se a si mesmo tão completamente que apenas a fé pode reconhecer o Filho de Deus no homem Jesus”.

Toda e qualquer revelação de Deus acontece de forma secular e encoberta.

Para os olhos humanos é impossível ver o lado divino da revelação, mas pela obra do Espírito Santo os nossos olhos da fé são abertos e passamos a ver a divindade como uma realidade na revelação.

Nossos ouvidos são curados para ouvirem palavras comuns como palavras inteiramente divinas.

Pelo agir do Espírito, a revelação dada por Deus se torna divina aos olhos humanos, ou seja, aquilo que já tinha uma natureza divina anteriormente, imperceptível aos olhos e ouvidos do pecado, agora, pela ação de Deus, é percebida e recebida como divina.

“Deus não faz nada fora de si que já não estivesse nele desde toda a eternidade”.

Moltmann

Jesus é o sacramento maior da fé cristã, pois ele é o maior sinal visível (revelação) da pessoa divina no mundo.

O batismo e a ceia do Senhor, sacramentos da igreja, são, na verdade, sacramentos secundários ou litúrgicos que têm sua origem no sacramento primário e maior, Jesus Cristo.

São uma resposta da igreja ao sacramento Jesus Cristo dado por Deus, uma resposta humana à iniciativa e obra feita por Deus.

São de grande importância e valor, pois foram instituídos e ordenados por Deus em Cristo, todavia, distantes do sacramento Jesus, tornam-se vazios em si próprios.

Eles têm sua origem no sacramento Cristo e também nele se cumprem.

Existem como servos para testemunhar a respeito do Sacramento Divino.

Deus se revela a nós por meio de “mediadores” ou “sinais” que desempenham um caráter de “sacramento”.

Somente por meio deles podemos conhecer Deus, pois o conhecer de Deus não é um conhecimento direto.

Deus não faz parte da nossa realidade e não está limitado a este mundo, mas revela-se a nós, dentro da nossa realidade, por esses “sinais”.

Deus sempre tem que se acomodar, ou seja, ajustar às capacidades humanas aquilo que quer revelar de si ou seus mistérios sempre estarão muito além da nossa compreensão humana.

Só podemos compreender Deus quando ele, por um processo de auto humilhação, acomoda-se ao nosso padrão, aos nossos limites e realidade humana.

Conhecer Deus é sempre experimentar de algo que não é Deus plenamente, ou seja, sempre que o experimentamos é pela mediação de algo que nos seja compreensível e esteja contido em nossos limites humanos.

Sempre que experimentamos Deus devemos saber que ele é muito mais do que aquilo que provamos, pois simplesmente provamos da sua revelação realizada pela mediação de algo que não pode o revelar em toda a sua grandeza como o Eterno.

Deus, desta forma, mesmo quando se revela, mantém encoberta muito da sua glória e divindade.

Mesmo em Jesus Cristo, o maior ato de revelação divina por toda a eternidade, Deus se revelou (e continuará se revelando), mas devemos saber que Deus é maior do que o homem Jesus revelou dele.

O Deus transcendente não pode ser revelado em sua plenitude por nada na criação.

Até a humanidade de Jesus manteve muito daquilo que ele mesmo é como Deus encoberto aos nossos olhos.

Talvez alguns estejam pensando:

“Sendo assim, será que Deus quer se revelar de fato a nós?”

Entretanto, a melhor pergunta aqui seria:

Será que se ele se revelasse em sua plenitude, nós, criaturas presas aos limites da criação, poderíamos vê- lo, ouvi-lo, senti-lo ou experimentá-lo de alguma forma?

Com certeza não.

Apenas o brilho da sua glória já nos cega, quanto mais a sua plenitude!

Mas ele nos ama a ponto de esvaziar-se para que possamos experimentá-lo hoje e sempre.


PESCA

Tema: O sacramento eterno e divino (Ensino)

  1. O que o texto em Lc 2. 21-35 nos ensina sobre a importância da fé para experimentarmos a presença de Deus em nosso meio? (Para auxílio na reflexão, utilize os dois primeiros parágrafos do artigo do boletim).

  2. No 3º parágrafo do artigo, lemos que Jesus é o sacramento maior da fé cristã. O que isso quer dizer? Como relacionar essa afirmação a textos como em Jo 14. 8, 9 e Mt 11. 27?

  3. No AT, Deus se revelou de formas variadas: por meio de um arbusto em chamas, na forma do Anjo do Senhor, pela arca da aliança, pela nuvem que protegia Israel durante o dia no deserto e a coluna de fogo nas noites, como um anjo que lutou com Jacó, entre outras. Leia o 4º e 5º parágrafos e responda: Por que Deus se revelou assim ao invés de aparecer como ele realmente é?

  4. O que os dois últimos parágrafos do artigo nos ensinam sobre a humanidade e a divindade de Jesus e como afetam a revelação de Deus por meio do Salvador?