boy touching page of book
boy touching page of book

Pais, filhos e a fé

Pais, filhos e a fé

Esta semana vi algo que está ficando cada vez mais comum entre os evangélicos.

Uma mãe, crente, pediu oração porque seu filho começou a ir na umbanda com os amigos.

Muitos pais evangélicos têm filhos se desviando para religiões não cristãs, tornando-se ateus, ou simplesmente demonstrando uma indiferença quanto a Cristo e sua salvação.

É claro que com essa decisão os filhos não mudam só aquilo que creem e pensam, mas seus atos, valores, prioridades e comportamentos também são alterados radicalmente.

Por que isso está tão frequente hoje?

É muito fácil de nossa parte respondermos dizendo: “Jesus avisou que isso ia acontecer nos últimos dias”. Essa resposta não passa de uma tentativa de nos isentarmos de qualquer responsabilidade sobre tal fato.

É certo que nossos filhos, a partir de uma certa idade, decidem por si mesmos, fazem suas próprias escolhas, mas que tipo de fé temos passado para eles?

Que tipo de compromisso veem em nós com Cristo, a igreja e a missão?

Demonstramos a eles amor à obra de Cristo e muita gratidão em nosso coração ou uma fé que nos é pesada e chata?

Que tipo de atitude observam em nós em relação aos irmãos na fé e às atividades da igreja?

O que tem marcado suas vidas é a alegria da salvação presente em nós diariamente ou as muitas murmurações sobre a igreja, os irmãos e as atividades que realizamos como comunidade da fé?

Tudo isso certamente direcionará as decisões de nossos filhos.

Somos responsáveis sim pela espiritualidade daqueles que o Senhor nos confiou como filhos (Pv 22.6).

Em Dt 6.4, lemos:

Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor.

Deuteronômio 6.4

Pensemos agora: quando nossos filhos olham para nós hoje, que Deus (ou deus) eles nos veem servindo?

Não adianta falarmos que servimos Jesus e vivermos em função do trabalho, do dinheiro e das vontades e planos pessoais.

Nossos atos e prioridades revelam a quem realmente servimos. Nossos filhos veem isso.

Em Dt 6.5, o Senhor nos exorta dizendo:

Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças.

Deuteronômio 6.5

Quando nossos filhos convivem conosco, onde eles percebem que o nosso coração está, em Cristo ou em coisas do mundo?

Às vezes, mesmo falando que amamos ao Senhor, o nosso coração deixa claro que é apaixonado pelas coisas temporais, materiais.

Essa paixão contagia muito mais nossos filhos do que nossas muitas palavras.

Se escolhermos ficar em casa ao invés de ir ao NUTRE ou ao culto e dissermos a eles:

“Vamos ficar em casa hoje porque o papai está cansado”.

Ou se dissermos:

“Não te acordei para ir para igreja porque você estava dormindo tão gostoso que tive dó de te acordar”.

Ou ainda:

“Não precisa participar do estudo bíblico com o pessoal da tua idade; não quero te levar”.

Que mensagem estamos passando para eles?

Eles logo entendem que Cristo não deve ser a prioridade de nossa vida.

Mais tarde, vem a consequência não desejada: afastam-se da fé.

Ser pai ou mãe é um chamado que exige compromisso e dedicação.

Em Dt 6.6-9, somos ordenados pelo Senhor a guardar suas palavras no coração e ensiná-las, com dedicação, todos os dias, aos nossos filhos.

Eles devem ouvir sempre e conhecer a palavra de Deus.

Devem ver em nós um amor sincero ao Senhor e alegria e compromisso na realização da sua obra.

Devem aprender conosco que compromisso com Cristo é, também, ter compromisso com a igreja onde congregamos e com os irmãos.

Nossa prioridade não deve ser o trabalho, o dinheiro, o nosso nome, nem nossos desejos pessoais. Deve ser Cristo. Se for Cristo, dificilmente teremos más notícias provindas dos filhos no futuro próximo.

PESCA

Tema: Pais, filhos e a fé

Texto: Deuteronômio 6.1-9

  1. Como o texto de Dt 6.1-9 e Pv 22.6 se relacionam? A que tipo de compromisso eles nos direcionam, como pais e mestres? E sobre a possibilidade dos nossos filhos se desviarem futuramente, o que esses textos ensinam?
  2. O ensino, de acordo com Dt 6.1-9, não consiste só em falar e passar informações, mas, por meio do exemplo, impactarmos a vida dos nossos filhos. Que tipo de atitude que nós, mesmo sem perceber, podemos estar direcionando nossos filhos para um futuro desvio da fé?
  3. É interessante como o Senhor fala com Israel como povo e não apenas individualmente. O que isso nos ensina sobre vivermos em comunhão na igreja? Como podemos ensinar o valor dessa comunhão para nossos filhos?
  4. Como Dt 6.5 é importante para nós hoje? Como é importante na educação dos filhos na fé?