a woman wearing a hat and holding a flower in her mouth
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Pecados da língua

Pecados da língua

Por mais difundida que seja a prática da fofoca, ela está longe de ser o único pecado da língua.

Devemos também incluir a mentira, a difamação, as críticas (mesmo quando verdadeiras), as palavras grosseiras, os insultos, o sarcasmo e a zombaria.

Na verdade, qualquer conversa que humilhe alguém – seja a pessoa de quem ou com quem estamos falando – é pecado da língua.

O versículo que mais tem me ajudado a lidar com os pecados da língua é Ef 4.29:

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que transmita graça aos que ouvem”.

Efésios 4. 29

Ao examinarmos Ef 4.29, observamos que não devemos permitir que nenhuma conversa corrupta saia de nossa boca.

Essa conversa não se limita a palavrões e obscenidades.

Inclui todos os tipos de conversas negativas já mencionadas anteriormente.

Note a proibição absoluta de Paulo. Nada de palavra destruidora. Nenhuma sequer.

Isso significa nada de fofoca, sarcasmo, críticas e palavras grosseiras.

Todas essas conversas malignas têm de estar fora de nossas conversas.

Fofocar é espalhar comentários desfavoráveis sobre alguém, mesmo que sejam verdadeiros.

Mas geralmente a fofoca é baseada em rumores, o que torna o pecado ainda pior.

Parece que fofocar alimenta nosso ego pecador, especialmente quando o comentário que passamos adiante é negativo.

Ou seja, falar do “defeito” do outro nos faz sentir melhores.

Em algumas ocasiões, revestimos a fofoca de santidade: “Só estou falando isso porque quero suas orações”.

Se descobrimos algo negativo sobre alguém, devemos orar pela situação, mas nunca espalhar a conversa nociva.

Quando formos tentados a fofocar, temos que nos perguntar:

O que vou dizer irá destruir ou edificar a pessoa sobre quem falarei?

Bem próximo ao pecado da fofoca encontramos o pecado da difamação.

Difamar é dizer falsidades ou distorções que prejudicam a reputação de alguém.

Mas será que os cristãos caluniam? Claro que sim.

Caluniamos ao atribuir motivações erradas a alguém, mesmo sendo incapazes de ver seus corações ou de saber de suas circunstâncias em particular.

Caluniamos ao afirmar que o outro “não é um cristão de verdade” porque não segue as mesmas orientações espirituais que nós ou não pratica as mesmas atividades que praticamos.

Caluniamos ao dar proporção exagerada ao pecado de alguém, fazendo com que a pessoa pareça mais pecadora do que realmente é.

Caluniar é mentir.

É claro que existem outras formas de mentir.

No entanto, mentimos quando exageramos, quando não dizemos toda a verdade ou quando proferimos uma “mentirinha branca”, aquela que achamos que não terá consequência alguma.

Um bom teste a ser feito é nos perguntarmos: Isto é verdade?

Criticar é fazer comentários negativos que talvez sejam verdadeiros, mas não precisam ser ditos.

Por exemplo: “Ele passa o dia todo na frente da televisão” ou “Ela vai muito mal nos estudos”.

Neste caso, devemos perguntar: O que vou dizer é agradável e necessário? Precisa mesmo ser dito?

Não pecamos somente em nossas conversas sobre os outros, mas também quando conversamos com os outros.

Esse tipo de conversa maldosa inclui palavras ásperas, sarcasmo, insultos e desdém.

O denominador comum em todas essas formas de conversa é a nossa busca por destruir, humilhar ou magoar a outra pessoa.

Jesus disse:

“A boca fala do que o coração está cheio”

Mateus 12. 34

Isso significa que, embora falemos dos pecados da língua, o problema verdadeiro está em nosso coração. Por trás de toda fofoca, calúnia, crítica, insultos e sarcasmo, existe um coração pecador. A língua é apenas o instrumento que revela o que temos em nosso coração.

Davi orou:

“As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, minha rocha e meu redentor”.

Salmo 19. 14

Davi não estava preocupado apenas com suas palavras, mas também com os pensamentos de seu coração.

Aprendi a orar da mesma forma.

Ainda uso Ef 4.29 como diretriz, mas agora busco aplicá-lo tanto aos meus pensamentos como às minhas palavras.

Gostaria que nenhum pensamento destruidor saísse do meu coração, mas somente aqueles que edifiquem as pessoas que me ouvem.

Reflita por alguns minutos nessas palavras e nas conversas que você normalmente tem com os outros.

Você fofoca ou critica as pessoas, ou mostra-se impaciente ou enfurecido por meio de palavras grosseiras que humilham ou magoam quem é o alvo dessa raiva toda?

Melhor ainda, pergunte isso a seus amigos ou a seu cônjuge, se você for casado, ou a um filho mais velho.

Os pecados discutidos aqui talvez sejam aceitáveis a nós, mas não a Deus.