Mesmo sendo discípulos de Cristo e tendo andado muito com ele, a nossa fé falha de vez em quando. A falta de fé não é uma exclusividade daqueles que não creem. Nós também falhamos com o Senhor neste quesito em várias situações e momentos de nossa vida.
Tomé, um dos doze apóstolos, nos representa muito bem neste aspecto. Ele agia naqueles dias como agimos em situações de nossa vida hoje.
Em certo momento, Jesus chamava seus discípulos para irem até Lázaro, pois ele havia morrido e o Senhor deveria ressuscitá-lo. Muitos judeus ainda desejavam apedrejar Jesus, por isso, ir para lá soou como loucura para eles. Tomé, o nosso grande representante na falta de fé, disse então:
“Vamos nós também para morrermos com ele”.
Jo 11.16
Depois de já ter caminhado com Cristo, visto a sua obra, ouvido as suas palavras, ele ainda não cria como deveria. Cria muito mais no que via e ouvia da multidão. Ao invés de se sentir seguro por estar com Cristo, Tomé sentiu medo, insegurança e ansiedade.
Em outra situação, Jesus, que já havia morrido e ressuscitado, apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava com eles (Jo 20.24). Ao contarem para ele que haviam visto o Senhor, o nosso representante na falta de fé lhes disse:
“Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser minha mão no seu lado, não crerei”.
Jo 20.25
O Senhor já havia lhes dito que convinha que ele morresse e ressuscitasse no terceiro dia, mas Tomé, como nós costumamos fazer também, ao invés de crer nas palavras e promessas do Senhor, preferiu crer no que via e naquilo que o seu coração sentia.
“Imagina que alguém teria poder para voltar dos mortos! Quem acreditaria nisso! Ele morreu. Acabou a nossa esperança. A vida segue somente com a angústia que sobrou”.
É assim que Tomé pensava e cria naquele momento. É assim que nós, muitas vezes, também pensamos quando não gostamos do que vemos em nossa vida e quando o nosso coração se recusa a ser consolado.
Por toda aquela semana, mesmo após a notícia que ele havia escutado dos outros discípulos, Tomé continuava angustiado por não crer ainda como deveria nas palavras do Senhor e no testemunho dos outros discípulos.
Uma semana depois, Jesus apareceu aos discípulos e convidou Tomé a ver e tocar nos locais onde havia sido ferido em sua crucificação. Após Tomé conferir que era mesmo o Senhor que estava diante dele, ressurreto, Jesus disse a ele:
“Pare de duvidar e creia”.
Jo 20.27
É necessário crermos, senão nossa angústia não irá embora. Se não crermos nas palavras e promessas do Senhor, sofreremos dores desnecessárias e que podemos evitar. Se não ouvirmos o testemunho da igreja, dos discípulos de Cristo, continuaremos em nossa tristeza, acreditando que tudo está perdido e que não há solução para a nossa vida.
Precisamos crer além daquilo que vemos e sentimos. Nossos olhos, ouvidos e coração sempre tentarão nos enganar e abater a nossa fé. Após Tomé ter visto e tocado as feridas e, na sequencia, crido no Senhor, Jesus lhe disse:
“Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram”.
Jo 20.29
A nossa felicidade não deve ter como fundamento e garantia o que vemos ou aquilo que o nosso coração sente. Deve estar firmada na palavra do Senhor, nas promessas do Altíssimo, no testemunho da igreja na história.
Nos momentos difíceis da nossa vida, a nossa tendência é agirmos como Tomé, pois não somos diferentes dele. Preferimos ouvir o nosso coração cheio de dúvidas do que a voz do Senhor. Escolhemos ver os impossíveis do mundo do que as possibilidades milagrosas da graça divina a nós apresentadas pelo povo de Deus, a igreja. Sofremos dores que poderíamos evitar simplesmente crendo como deveríamos crer.
Deixemos de lado a natureza de Tomé que existe em todos nós. Busquemos aperfeiçoar a fé sadia que descansa e espera em silêncio no Senhor. Assim, teremos muito mais paz, alegria e esperança para viver cada dia que o Senhor nos dá na sua presença. Que o Senhor nos abençoe e fortaleça a nossa fé.
NOSSA ORAÇÃO
Senhor, reconhecemos a fraqueza da nossa fé. Reconhecemos que falhamos contigo muitas vezes, principalmente quando as coisas parecem complicar ao nosso redor. Passamos a crer muito mais naquilo que vemos e escutamos da multidão do que nas tuas palavras e promessas. Perdoa-nos, ó Pai eterno.
Senhor Jesus, abras os nossos ouvidos para que ouçamos tuas palavras também em meio às tempestades da vida. Derrame do teu precioso óleo sobre os nossos corações para que venhamos a crer em ti, sempre. Não confiamos em nós mesmos, não confiamos nem mesmo na nossa fé, mas somente em ti. Em ti, somente em ti, esperamos e descansamos.
Renova e aperfeiçoa a nossa fé, Santo Espírito, pois só assim viveremos com a paz que vem do alto, com a esperança que não falha e com a alegria perene da tua salvação.
Oramos no nome do Senhor Jesus, o nosso Salvador. Amém.
PESCA
Texto: Jo 20.24-31
Tema: Quando a nossa fé falha
- Quem era Tomé? Um incrédulo? Alguém da multidão que algum dia ouviu Jesus? O que isso nos ensina sobre a nossa fé como discípulos de Cristo?
- O que as palavras de Tomé no v.25 revelam sobre a qualidade de sua fé? Como e quando nós agimos da mesma forma dele?
- Jesus chamou Tomé para ir até ele para ver e tocar no local onde fora ferido para, assim, passar a crer com a verdadeira fé (v.27). Como esta mesma situação pode ocorrer em nossas vidas hoje? Como Jesus nos faz “ver e tocar nas suas feridas” hoje?
- Duas exortações de Jesus para Tomé (e para nós) neste texto são; a) Para parar de duvidar; b) Para crer nas promessas divinas mesmo quando os olhos e o coração dizem para não crer. Quais as implicações destas palavras de Jesus para Tomé? E para nós hoje?
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