Moisés perguntou:
“Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?”Disse Deus a Moisés:
Êxodo 3. 13, 14
“Eu sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: O Eu Sou me enviou a vocês”
Essas palavras estão na conversa entre Moisés e Deus quando o Senhor o chamou para libertar o seu povo do Egito.
Moisés, ao perguntar o nome, não queria apenas saber um nome, mas saber que tipo de Deus era o Senhor, qual era a sua natureza, seus atributos, sua identidade como um todo.
Deus, em sua resposta, deixou bem claro que ele é o que é e que ninguém pode realmente explicá-lo de forma plena, perfeita.
O Criador está tão acima de tudo e todos que não há no céu, na terra e em nenhum lugar alguma criatura que possa defini-lo com precisão, conhecê-lo de forma absoluta.
Como diz o teólogo suíço Karl Barth,
Deus é o Completamente Outro, diferente e infinitamente acima de tudo e todos que conhecemos e existe na criação, aquele que é incompreensível, indefinível, intangível e inexplicável.
Nada na criação, física ou espiritual, pode explicar Deus perfeitamente, esgotar tudo que ele é.
Não existem palavras nem línguas que possam desvendar os mistérios divinos, sua plenitude, grandeza e majestade.
Alguns podem perguntas: “Mas a Bíblia não explica Deus?”
Não, ela não explica. Ela nos apresenta o Criador, sua imensa graça e o seu plano eterno de amor por nós.
O estudo da Bíblia nunca nos fará conhecedores absolutos do Criador, na verdade, nem temos capacidade para isso!
Seria mais fácil colocar um elefante numa xícara de café do que caber em uma criatura a compreensão da grandeza da Santa Trindade.
A palavra de Deus nos revela que Deus é bom, entretanto, ele sempre será infinitamente mais do que bom.
Ela nos diz que ele é justo, todavia ele é eternamente muito mais do que qualquer conceito de ser justo e justiça que tenhamos.
Sua justiça sempre será incomparavelmente maior, mais perfeita do que podemos compreender por perfeição.
Quando afirmamos que Deus é amor, na verdade não temos nem quase ideia do que falamos, pois o seu amor excede abundantemente toda e qualquer compreensão das criaturas.
Se pudéssemos explicar Deus e compreendê-lo plenamente, o Criador não estaria acima de nós, mas ao nosso lado, fazendo parte da criação como outra criatura qualquer.
Por ele ser o Completamente Outro, não temos nada em nossas mãos para explicá-lo, conhecê-lo ou defini-lo com precisão.
Contamos apenas com a iniciativa amorosa do Criador de revelar a si mesmo a nós.
Se não partir de Deus, nada podemos saber ou afirmar, pois difere de tudo e todos.
Nada nem ninguém é como o Eterno.
Toda revelação divina – seja na sarça ardente pela qual falou com Moisés, pela Bíblia, ou qualquer outra forma – é sempre uma revelação parcial, pois nunca o Senhor se apresenta de forma absoluta.
Afinal, ele não quer ser conhecido totalmente?
Não é isso. É que se ele se apresentar em sua plenitude nenhuma criatura poderá compreender ou assimilar algo dele.
Não cabe em nossa mente, nem na compreensão dos anjos ou qualquer outra criatura a grandeza e a beleza do Criador.
Jesus Cristo é a revelação maior da Trindade.
Se quisermos conhecer o Criador, temos que olhar para o Deus que se fez homem, habitou entre nós, morreu e ressuscitou.
Ninguém nunca viu ou poderá explicar Deus. Jesus Cristo é, e sempre será, a revelação divina, a face do Eterno à criação (João 1. 18).
Mesmo quando olhamos para o homem Jesus Cristo, temos que saber que a Trindade ainda é maior do que a humanidade do homem de Nazaré pode nos revelar.
Teremos a eternidade com Deus, para conhecê-lo mais e mais e, mesmo assim, ele sempre será infinitamente maior do que imaginamos.
Esse é o Deus que nos ama e que servimos por amor.
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