Certo dia, os discípulos de Jesus começaram a discutir entre si. Cada um considerava a si mesmo digno de ser maior no reino de Deus do que os outros. Jesus, por conhecer os pensamentos e desejos deles, teve que intervir naquela discussão vazia e refocá-los no reino de Deus (Lc 9.46-48).
Jesus, então, pegou uma criança pela mão, colocou-a em pé ao seu lado e disse aos discípulos que discutiam entre si:
“Quem recebe esta criança em meu nome está me recebendo; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior”.
Lc 9.48
Aqueles discípulos, apesar de já estarem com o Senhor há algum tempo, continuavam escravos das filosofias mundanas. No mundo, os maiores são aqueles que são servidos e honrados por todos. Quanto mais poder e honra você tem, mais pessoas você tem ao seu redor o servindo e exaltando. Era nessa filosofia mundana que os discípulos ainda firmavam seus conceitos de grandeza e honra.
Jesus teve que mostrá-los que no reino de Deus os grandes servem e que o servir é honroso e nobre. Na eternidade, ao lado do Pai, os maiores serão aqueles que, por amor a Deus e ao próximo, colocam-se hoje como servos de todos.
Além disso, Jesus ainda os ensinou que quando servimos ao próximo é a ele que estamos servindo. Se servirmos com amor e dedicação aos pequeninos, pobres, oprimidos e esquecidos do mundo, estaremos honrando ao Pai eterno.
A igreja verdadeira de Cristo é aquela que está em missão. Ela compreende que existe para abençoar o mundo com palavras (evangelismo, pregação e ensino da palavra de Deus) e com atos de amor (bondade, compaixão e justiça). Mas para estar em missão, a igreja deve assumir uma posição de serva e deixar de buscar as honras deste mundo.
A igreja precisa ser liberta das filosofias mundanas que nos levam a viver em busca de dinheiro, poder e glória no mundo. Não podemos servir a dois senhores, pois sempre magoaremos um para alegrar ao outro. Não existe a possibilidade de sermos servos de Cristo e, ao mesmo tempo, vivermos em função dos valores mundanos (Mt 6.24).
Não exaltaremos Cristo nem o teremos realmente como o Senhor de nossas vidas enquanto nossos valores e prioridades forem mundanos.
Só existem duas opções: ou você, por amor, coloca-se como servo do Reino de Deus, disposto a servir Deus enquanto serve o seu semelhante, ou você segue o fluxo do mundo e continua buscando se engrandecer e ser servido e honrado por todos. A primeira opção o fará pequeno neste mundo, mas grande no porvir. A última, grande neste mundo, mas não será ninguém na eternidade. A escolha é sua hoje.
As igrejas também estão diante dessas mesmas opções. Algumas buscam ser grandes aos olhos humanos, mas rejeitam cumprir a missão a elas confiadas. Assim, podem ser grandes e respeitadas pelo mundo, mas não são, e nem serão, nada no reino de Deus. Outras, por se fazerem servas por amor, passam a cumprir a missão, anunciando e vivendo o evangelho de Cristo no mundo. Essas últimas certamente serão honradas pelo Senhor em seu retorno glorioso.
Quem somos nós hoje, servos do Reino por amor a Cristo e ao próximo, ou escravos do mundo e das suas filosofias? Vale a pena pensarmos e respondermos essa pergunta para nós mesmos. Que a nossa reflexão nos leve para perto do Senhor e do nosso próximo, como servos dedicados que cumprem o seu chamado com amor.
PESCA
Texto: Lc 9.51-56
Tema: Rejeitados em missão.
- No início do texto bíblico, lemos que Jesus saiu decidido para Jerusalém. O que estava para acontecer com ele em Jerusalém? Ele sabia o que o aguardava lá? O que Jesus nos ensina sobre a missão com esta atitude dele?
- Como os samaritanos reagiram ao saber que Jesus planejava permanecer lá por um tempo? Sempre seremos bem-vindos enquanto estivermos na obra do Senhor? A rejeição deve nos abater a ponto de nos desanimar?
- Qual foi a resposta inicial dos discípulos quanto àqueles que rejeitaram ao Senhor? Somos tentados a agir da mesma forma? Qual deve ser a nossa atitude como povo de Deus em missão no que se refere àqueles que desprezam o evangelho e o nosso ministério?
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