Após Jesus ter sido batizado por João Batista no Jordão e ter passado quarenta dias no deserto sendo tentado pelo Diabo, ele saiu para iniciar sua missão de redenção.
Ele poderia ter escolhido qualquer lugar, mas foi para a Galileia, terra onde a pobreza, a injustiça, o abandono, a indiferença, a fome e as múltiplas enfermidades reinavam e destruíam vidas e famílias inteiras (Mc 1. 14).
O Senhor não escolheu aquele lugar aleatoriamente, pelo contrário, ele sabia muito bem o que fazia ao ir para lá.
São os enfermos que precisam de médico, os cativos que necessitam de libertação, os injustiçados que precisam provar da justiça, os pobres e esquecidos pelo mundo que carecem de alguém que os ame, capacite, anime e cuide de suas vidas.
Ele não escolheu ir para o melhor lugar da Terra ou de Israel, pelo contrário, ele foi de encontro a pessoas que precisavam dele, do seu amor, poder e compreensão.
Muitos acusavam as pessoas daquela região dizendo que sofriam porque eram imundas, rebeldes a Deus e, por isso, tinham sido esquecidas por ele.
Principalmente os religiosos, cheios de si mesmos, destruíam a esperança, o amor próprio e a fé dos sofridos galileus.
Jesus, por outro lado, foi até eles para apresentar o amor de Deus, convidá-los para perto de si e do Pai eterno.
O Senhor os anunciou a chegada do reino de Deus, mostrando que o Pai os amava e tinha planos de vida e bênção e não de morte e maldição para suas vidas.
Ele dizia:
“O reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas-novas!”
Marcos 1. 15
Mas Jesus nunca pensou em realizar a missão que o Pai lhe confiara sozinho.
Sim, ele poderia cumpri-la sem ninguém, afinal, não há impossíveis para Cristo, pois é o onipotente Deus.
Mas ele, por nos amar e querer-nos perto dele desde já, chama-nos para participarmos da sua missão.
Ali mesmo, na Galileia, o Senhor começa chamando pessoas para andarem com ele, serem aperfeiçoadas e santificadas por meio da comunhão com ele, para que essas participem do seu chamado, da sua missão no mundo.
Primeiramente, enquanto andava à beira do mar da Galileia, Jesus chamou dois pescadores, André e Simão, enquanto lançavam suas redes no mar.
O Senhor os convidou para andarem com ele, conhecerem-no melhor e participarem da sua missão.
O Salvador os disse:
“Sigam-me e eu os farei pescadores de homens”
Marcos 1. 17
Aqueles irmãos, movidos pelo Espírito, deixaram suas redes e seguiram ao Senhor Jesus.
Para segui-lo, tiveram que deixar coisas e trocar prioridades em suas vidas.
Antes, as redes estavam entre seus bens mais importantes, afinal, era o ganha pão daqueles homens.
A pesca era essencial em suas vidas, mas agora não estaria mais no centro dela.
Jesus os convidou para algo maior, mais importante, com outro foco e outras prioridades, e eles, tocados pelo Espírito de Deus, decidiram segui-lo.
Mais adiante, Jesus encontrou outros dois pescadores, os irmãos Tiago e João.
Eles, ao receberem o seu chamado, deixaram redes, barcos, o pai e os empregados que os auxiliavam no barco (Mc 1. 18-20).
Eles também, movidos pelo Espírito, deixaram para trás o que era bom e escolheram o melhor.
Nós também somos chamados por Jesus Cristo.
O Redentor nos convida para andarmos com ele, conhecermos-lhe cada dia melhor e sermos aperfeiçoados pelo seu agir em nossas vidas para que também participemos da sua missão no mundo.
Não conseguiremos andar com Cristo e cumprir sua missão se insistirmos em nosso apego às “redes”, “barcos”, pessoas e prioridades anteriores.
Precisamos priorizar Jesus e o seu reino.
Temos que ousar adentrar nas galileias, terras de sofrimento, dor e injustiça, movidos pelo Espírito, para transformarmos vidas, famílias e comunidades.
O tempo é chegado.
O reino de Deus já está entre nós.
Precisamos anunciar Cristo ao mundo, com palavras e atos.
Se estamos com Cristo, as prioridades dele devem ser as nossas.
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