Semana passada vimos que o Reino de Deus é, em sua essência, relacional. Ele prioriza relacionamentos. Ele é mais do que indivíduos que creem no mesmo Deus. Nele estão pessoas que, movidas pelo Espírito Santo, ajuntam-se diante do Criador para adorá-lo, honrá-lo e servi-lo, permanecendo em comunhão e comprometidas umas com as outras e com o Senhor, sempre buscando seguir os valores, princípios, prioridades e agenda do Reino.
Por ser um reino relacional, ele está voltado não somente para dentro, para os nossos relacionamentos internos, como povo de Deus, mas também para fora, para alcançar aqueles que ainda estão distantes e conduzi-los aos pés do Salvador para que se tornem parte da grande família em Cristo Jesus, nosso Redentor.
Jesus inicia uma de suas famosas parábolas, dizendo:
Muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear.
Mateus 13.3
Podemos perceber facilmente que no Reino existe uma força centrífuga que nos joga para fora, em direção ao mundo, para alcançarmos os perdidos, todos que estão ainda distantes do Redentor. Somos chamados a vencer a inércia do egoísmo e da comodidade para levarmos a salvação ao mundo. Isso não é opcional, nem individualmente, nem como igreja. É nossa missão no Reino, nosso compromisso com aquele que reconhecemos como Senhor de nossas vidas e da comunidade da fé.
Muitas pessoas vivem angustiadas, sem esperança, sem alegria, com medo, sem força para reagir às lutas da vida. Outros, ainda que estejam aparentemente satisfeitos com seus bens e conquistas na vida, também caminham a passos largos para o inferno por estarem separados de Cristo. Somos enviados para alcançá-los com a mensagem de salvação, as boas-novas da graça divina em Jesus.
Além de buscá-los no mundo, devemos acolhê-los. A igreja, serva do Reino, deve acolher a todos, até mesmo aqueles que permanecem resistentes ao Evangelho. Em outra de suas parábolas, Jesus revela esta verdade:
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos.
Mateus 13.31,32
À igreja cabe levar a mensagem e a vida do Reino ao mundo. Quanto mais real isso for, mais pessoas e famílias serão restauradas, acolhidas e transformadas. A igreja, quando cumpre seu papel no Reino, transforma-se em um poderoso agente vivificador na sociedade. É assim que ela glorifica e honra ao seu Rei, obedecendo-o com dedicação e alegria, tudo a partir da nossa comunhão em Cristo.
Todos devem ser buscados, recebidos e acolhidos. Não somos nós quem separaremos os justos dos ímpios no dia final. Jesus também tem uma parábola sobre isso:
O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
Mateus 13.47-50
Ou seja, não nos cabe julgar entre justos e injustos. Devemos ir e lançar as redes, alcançar todos, em todos os lugares, com a graça, bondade e compaixão de Cristo. A justiça será estabelecida, mas não seremos nós que separaremos crentes e não crentes, bons e maus. É esperado de nós que busquemos, acolhamos, abençoemos e sejamos agentes de vida a todos, em nome de Cristo. Se Cristo é o nosso Senhor, façamos isso com amor e empenho.
PESCA
Tema: Um Reino que busca e acolhe (Proclamação)
Para reflexão:
- O artigo cita o início da parábola do semeador (Mt 13.3).
- Qual é o paralelo entre ele e o texto de Mt 28.18-20?
- O que nos fica determinado como propósito – como igreja e individualmente – nestas palavras de Cristo?
- Existe espaço para justificativas para fugirmos desta missão a nós confiada?
- Qual é o paralelo entre ele e o texto de Mt 28.18-20?
- Na parábola de Mt 13.31,32, vemos que os pássaros não fazem parte da árvore, no entanto, encontram refúgio e acolhimento nela. O que isso nos ensina sobre a igreja e sua missão de buscar e acolher?
- Após buscarmos e acolhermos, de acordo com Mt 13.47-50, o que devemos fazer quanto ao julgamento entre crentes e não crentes? O que este texto bíblico nos ensina sobre a justiça?
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