No mundo ocidental, onde todos vivem sob forte pressão, e no mundo cada vez mais avançado tecnologicamente, as pessoas diminuem o tempo de sono a fim de conseguir mais algumas horas extras no dia para o trabalho.

Muitos ficam cansados demais o tempo todo, e não penas nos primeiros anos como pais, quando os filhos nos acordam duas ou três vezes durante a noite.

Outros, para se manter acordados, contam com a ajuda de cafeína.

Conselheiros matrimoniais sabem muito bem que um dos maiores problemas que os casais enfrentam para ter um relacionamento sexual saudável o é o fato de que muitos deles ficam cansados.

O estresse também tem a sua contribuição quando as pessoas vão para a cama, mas não conseguem adormecer porque ficam pensando nas contas a pagar, nos filhos, nas tarefas inacabadas e no futuro.

Não é surpresa que a insônia seja um dos problemas médicos mais comuns do mundo industrializado e na sociedade cada vez mais bem informada.

Mas o problema não se restringe ao mundo ocidental.

Em países devastados pela guerra e entre os pobres e desabrigados, o sono é irregular, quase sempre acompanhado de barulho e interrupções.

No entanto, o sono é importante o suficiente para que passemos um terço de nossa vida dormindo, para que o reconheçamos como valioso para nós mesmos.

Como observa Thomas McAlpine,

“as pessoas não têm horas suficientes de sono… têm menos histamina psicológica, tomam decisões imprecisas e sentem dificuldade de concentração e de raciocínio. Também perdem o equilíbrio e, às vezes, a capacidade de compreensão, que é fruto de uma produção regular de sonhos”.

Na Coreia, um dos mais sérios problemas entre pastores é a fadiga.

Eles estão de pé quase todas as manhãs dirigindo reuniões de oração às 5 ou 6 horas e passam o dia em atividades pastorais.

Por isso, enquanto eu falava a um grupo de pastores em uma manhã de segunda-feira em Seul, muitos no auditório caíram no sono (o que sempre é algo constrangedor em lugares públicos).

Mas então decidi ensinar sobre o ministério do sono e disse-lhes que desfrutassem daquele momento, que abençoassem a si mesmos. Eles o fizeram.

Que ministério frutífero foi aquele!

Dormir é também uma expressão de fé:

Será inútil levantar cedo e dormir tarde trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama.

Salmo 127. 2

Mas o versículo 2 é explicado pelo versículo 1:

Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.

Salmo 127. 1

Não podemos nos dar ao luxo de dormir se estamos administrando o mundo, se nos levamos muito a sério!

Mas, se confiamos em Deus, podemos nos dar o luxo de ficarmos inconscientes.

Eu me deito e durmo, e torno a acordar, porque é o Senhor que sustém. Não me assustam os milhares que me cercam.

Salmo 3. 5, 6

É claro que algumas vezes o sono é renunciado em prol da oração, conforme relata o Salmo 63.6.

Assim como Paulo, podemos perder o sono por causa da nossa ansiedade com a igreja (2 Coríntios 6.5).

Mas em essência, o sono é um ministério dado por Deus e que concedemos a nós mesmos.

Renovados por ele, trabalhamos e nos importamos com os outros no dia seguinte.

Pessoalmente, preciso de oito horas de sono por noite e, se dormir menos que isso por uma ou duas noites, fico sem energia emocional e física para investir no dia seguinte.

Mas o sono não é apenas uma questão de cuidado pessoal; é também uma questão de justiça no sentido de assegurar que outros também possam dormir.

Como propõe McAlpine,

“seguindo o exemplo das testemunhas bíblicas (como a do Salmo 44. 23, 24), nós devemos… clamar a Deus até que todos possam dormir em segurança”.