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Vida que vem de Pentecostes

Vida que vem de Pentecostes

Domingo que vem celebraremos Pentecostes. No Antigo Testamento, Pentecostes era um tempo de festas, adoração ao Senhor e comunhão do povo de Deus que se reunia na presença dele para celebrá-lo, honrá-lo e agradecê-lo por sua fidelidade que não falha.

No Novo Testamento, foi nos dias de Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, que a promessa do derramar do Espírito de Deus sobre todo o que crê aconteceu. Tal fato está descrito no segundo capítulo do livro de Atos. A partir daí, a vida do povo de Deus nunca mais seria a mesma.

Antes do Pentecostes em Atos, somente alguns homens e mulheres de Deus foram habitados pelo Espírito Santo, mas, assim mesmo, não era algo definitivo e tão profundo como acontece hoje com aqueles que professam e vivem o senhorio do Salvador, Jesus Cristo.

No Antigo Testamento, o Espírito visitava homens e mulheres para propósitos específicos, mas os profetas sabiam e anunciavam que chegaria o dia em que todo o povo de Deus seria habitado definitivamente pelo Espírito. Hoje, mesmo quando nos afastamos de Deus, nós que cremos em Cristo, o Espírito não nos abandona. Ele pode se entristecer conosco, podemos ficar insensíveis à sua presença, como se ele tivesse sido apagado de dentro de nós, mas nunca ele nos abandona, pois assim seria com a chegada do reino de Deus em Cristo Jesus, o Rei!

O Espírito de Deus traz muitas coisas novas, profundas e dons para a vida espiritual do povo de Deus, além de ser o selo que garante a nossa salvação no dia Senhor.

Todos aqueles que são habitados pelo Espírito são de Cristo, salvos definitivamente pela graça divina.

É importante nos lembrarmos de um sinal que está presente na vida daqueles que são habitação do Espírito: O amor a Deus e aos irmãos. O Consolador, que veio habitar em nós, é o Espírito da comunhão, e seria uma loucura pensarmos num povo que se diz habitado por ele, mas que não demonstra amor, começando pelos relacionamentos entre os próprios irmãos na fé.

O apóstolo João, em sua primeira epístola, deixa bem claro, em diversos versículos, o quão importante é zelarmos pela comunhão entre nós. Ele diz:

“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. (…) se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Porém, se andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.

1Jo 1.3-7

O apóstolo comenta, com palavras até duras e bem diretas, o quão inaceitável é mantermos mágoas, e até ódio, uns dos outros no corpo de Cristo. Ele nos exorta, dizendo:

“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, anda nas trevas e não sabe para onde vai, pois as trevas lhe cegaram os olhos”.

1Jo 2.9-11

Notemos que, quanto àqueles que escolhem manter mágoas e rancor com os irmãos em Cristo, João afirma que estes estão em trevas, ou seja, não estão, nem nunca estiveram, em Cristo. Isso é muito sério! Esses, diz ele, pensam estar na luz, mas caminham das trevas para as trevas eternas. Posteriormente, nesta mesma epístola, o apóstolo afirma que aquele que não ama os irmãos na fé, por mais que pareça ou se ache crente, na verdade é um filho do diabo (1Jo 3.10). O apóstolo também chama aqueles que recusam perdoar e recomeçar com os irmãos na fé de assassinos (1Jo 3.15) e de mentirosos (1Jo 4.20). Quão fortes e importantes são tais palavras para nós hoje!

O batismo no Espírito Santo não tem como sinal principal e necessário o dom de línguas, como alguns pensam e ensinam.

O sinal maior e necessário na vida daqueles que são nascidos do Espírito é o amor, a comunhão com Deus e com a sua família, a igreja (1Jo 3.14; 4.7,8).

Somos chamados e direcionados pelo Espírito de Cristo a amarmos uns aos outros a ponto de darmos nossas vidas uns pelos outros (1Jo 3.16). Não somente àqueles irmãos que nos agradam, mas também aqueles que, até mesmo sem perceber, nos ferem com palavras e atitudes. Esse é o amor da cruz que se manifesta na vida daqueles que são dirigidos pelo Espírito derramado em Pentecostes.

Precisamos repensar o quanto a comunhão é importante para nós. Quando acabamos de ser agredidos, é comum o sangue estar fervendo. A ira momentânea, no instante da agressão, é esperada, pois somos de carne e sangue. Contudo, alimentar isso já é algo extremamente pecaminoso e danoso para a nossa vida espiritual e para a casa de Deus, que é o seu povo.

O crente, no momento da agressão, pode vir a irar-se, mas, por outro lado, agredir de volta ou cultivar esta ira até ela virar ódio ou mágoa profunda é inaceitável no reino de Deus. Devemos lutar contra tudo que possa destruir a nossa comunhão no povo de Deus.

Aqueles que creem em Deus querem agradá-lo, certo? Cientes desse fato, o apóstolo nos lembra que o mandamento de Deus para nós é apenas um: que creiamos em seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros (1Jo 3.23,24). Ele ainda nos ensina que esse amor nos leva aos irmãos em busca de nos aperfeiçoarmos na comunhão (1Jo 4.9-11). Não há espaço para desculpas como: “Eu estou bem. Que ele ou ela venha até mim”.

Deus sempre espera que a iniciativa seja nossa para restaurar ou aperfeiçoar a nossa comunhão no corpo de Cristo.

O Espírito já foi derramado! Ele está em nós, povo de Deus, remido em Cristo Jesus. Vivamos, como comunidade, no poder de Pentecostes, ou seja, no poder do amor. Vivamos, cada vez mais, uns com os outros e uns pelos outros. Nenhum dom espiritual, por mais que seja belo ou demonstre poder, sobrepõe-se à grandeza e importância do amor que nos edifica e santifica pela comunhão. Vivamos no poder do amor de Pentecostes até que o Senhor volte em glória!

PESCA

O nosso estudo essa semana será diferente. O grupo deverá ler parágrafo por parágrafo do texto acima e discutir as afirmações feitas pelo autor. Além disso, ler os textos bíblicos presentes nos parágrafos dados como suporte da palavra de Deus para cada ideia apresentada.