Ter um coração de servo não é opcional para aquele que realmente crê em Jesus Cristo, o Deus único e vivo eternamente.
Todos que são tocados e movidos pelo Espírito Santo em direção ao Senhor passam a ter um coração disposto a servir ao próximo, que se compadece de suas dores e o ajuda em suas lutas.
Ou seja, servir ao próximo é um sinal que evidencia que amamos verdadeiramente ao Senhor que adoramos.
O cristão autêntico serve ao próximo, pois o Deus que ele crê, apesar de ser o Todo-Poderoso, veio até nós, como um de nós, para nos servir com sua própria vida.
Se somos filhos do Criador, devemos trazer em nós sua imagem, e esta imagem divina revela um Deus que serve por amor.
Neemias foi alguém que evidenciou este desejo intenso e sincero de servir ao próximo.
Ele viveu no período pós-exílio do povo de Deus, na época do Primeiro Império Persa (550-330 a.C.), um império iraniano que se situava no sudoeste da Ásia e Ásia central, nos dias do imperador Artaxerxes I.
Neemias era copeiro do rei (Ne 1. 11).
Cabia-lhe a função de provar todos os alimentos dele para que este não fosse envenenado.
Eles, pelo que lemos nas Escrituras, tinham um bom relacionamento, considerando a distância social imensa que existia entre ambos.
Certo dia, quando alguns judeus foram até a cidade de Susã, onde Neemias servia ao rei, perguntou-lhes como estavam os que não haviam sido levados ao exílio, como era a situação deles em Jerusalém.
Responderam-lhe que o povo vivia em uma miséria imensa, a cidade, por estar sem muros e portões, era sempre atacada por inimigos que a assaltavam levando suas colheitas e animais, matavam muitos violentamente e roubavam-lhes suas mulheres para fazê-las de escravas e concubinas noutras terras.
Ao ouvir isso, Neemias se compadeceu do seu povo em sofrimento.
Chorou e lamentou por muitos dias.
Orou e jejuou pedindo pela intervenção divina naquela situação de pobreza, injustiça e dor.
Neemias confessou o seu pecado e do seu povo diante do Senhor e clamou por compaixão e perdão (Ne 1. 1-11).
Diante de tudo isso, o rei Artaxerxes I percebeu que seu servo Neemias andava abatido, afinal, apesar de ser um escravo, ele sempre o servia com alegria.
Ao perguntá-lo a razão de toda aquela tristeza, o rei ouviu a resposta provinda de um coração de servo que se compadece do próximo.
Ele ouviu de Neemias:
Que o rei viva para sempre! Como não estaria triste o meu rosto se a cidade em que estão sepultados os meus pais está em ruínas e as suas portas foram destruídas pelo fogo?
Neemias 2. 3
Neemias realmente se importava com aquelas pessoas.
Não lhe parecia justo estar diante do rei, com boas comidas, segurança e proteção enquanto tanta gente sofria daquele jeito.
Ele tinha que fazer algo a respeito.
Por isso, na sequência, ele pede ao rei que possa ir até a Judéia ajudar seu povo a restaurar os muros da cidade e, assim, dar-lhes segurança, proteção e a chance de terem uma vida digna novamente.
Neemias realmente deixou o conforto, a segurança, a estabilidade e a inércia da boa vida que tinha diante do rei em relação aos outros que viviam em desesperança, injustiça e sofrimento todos os dias para ajudá-los, socorrê-los, ser um instrumento de restauração em suas vidas, famílias e sociedade.
Ao fazer isso, colocava sua própria vida em risco, pois enfrentaria inimigos externos (invasores) e internos (judeus do povo), pessoas estas que se beneficiavam daquela situação de desespero.
Isso é um coração movido pelo Espírito Santo, uma alma cheia de amor e compaixão pelos outros, uma fé autêntica que se revela no amor a Deus e ao próximo, uma espiritualidade que nos leva a orar e agir por aqueles que, de alguma forma, estão em sofrimento e precisam de consolo, ajuda, socorro, justiça ou simplesmente de um amigo real e presente em suas vidas.
O apóstolo João nos lembra deste aspecto em nossa fé:
Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
1 João 3. 18
Lembremos que não somos salvos por nossas boas obras, entretanto, somos salvos para as boas obras.
Quem é de Cristo busca a viver como Cristo.
Nossas boas obras ratificam a fé que nossos lábios proferem, são a confirmação do nosso crer, a evidência de que somos movidos pelo Espírito de Deus e não pela nossa carne e suas vontades corruptas.
Não foi necessário fazermos nada para sermos salvos, pois Cristo já o fez por nós na cruz.
Entretanto, agora já salvos, cabe-nos pagar o preço para que outros sejam abençoados.
O amor verdadeiro nos leva até o próximo para socorrê-lo, mesmo que isso nos prive de algumas coisas.
Vivamos esta fé em Cristo todos os dias.
PESCA
Tema: Coração de servo (Serviço)
- No livro de Neemias (Ne 1. 1-11) percebemos que ele foi movido por algo que ouviu. O que aconteceu que moveu seu coração e o levou a chorar, lamentar, orar, jejuar e confessar pecados? O que o levou a fazer estas coisas?
- O rei da pérsia percebeu algo diferente em Neemias e lhe perguntou qual era o problema. O que estava acontecendo e o que a resposta de Neemias nos ensina sobre a compaixão? (Ne 2. 1-3).
- Na sequência, Neemias dá um passo a mais em seu amor ao próximo (Ne 2. 4, 5). O que ele fez? O que isso nos ensina?
- Muitas foram as ações de Neemias para restaurar a dignidade daquele povo, para que tivessem segurança novamente e pudessem ter uma vida digna. Ele saiu para ver a realidade da cidade (Ne 2. 11-16); convocou uma assembleia para chamar o povo para reedificar o muro (Ne 2. 17-20); sofreu perseguição (Ne 4. 1-3); sofreram ataques inimigos (Ne 4. 7-9). O que aprendemos aqui sobre o preço que devemos pagar por amarmos ao próximo?
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